Padrão do sono dos residentes de psiquiatria no estado do Ceará : qualidade do sono e sintomas relacionados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Francisco das Chagas
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Melo, Matias Carvalho Aguiar, Daher, Elizabeth de Francesco, Lima, Alexandre Bastos, Kataoka, Raquel da Silveira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/10283
Resumo: Introdução. Desde a faculdade, estudantes de medicina se submetem a uma rotina estressante1. Estabelecem árduos esquemas de estudo na busca de um adequado desempenho acadêmico. Além das atividades curriculares, que por si só já demandam grande esforço, muitos se submetem a atividades diversas com o intuito de aprimorar sua formação, como cursos, ligas acadêmicas, monitorias, pesquisas, projetos de iniciação científica, estágios e plantões. Essas atividades contribuem para aumentar o nível de exigência e estresse, demandam trabalhos em horários irregulares e desajustam o padrão de sono1. Programas de Residência Médica são tradicionalmente conhecidos por longas cargas horárias2. No final da década de 90, os residentes de especialidades cirúrgicas costumavam dedicar mais de 100 horas por semana aos cursos de especialização2. Isso foi associado a problemas como sintomas de fadiga, sonolência diurna, elevados níveis de estresse e síndrome de burnout3,4. Diante desse panorama, várias organizações passaram a pressionar instituições de ensino no sentido de limitar as horas de trabalho com o objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida aos residentes e benefícios indiretos para os pacientes5,6. Um crescente número de publicações reforça o papel do sono na fixação de conteúdos, fundamental para o desempenho acadêmico7,8. A qualidade do sono possibilita melhor atenção e consolidação da memória, o que se reflete em aprendizado1,9. Pesquisas sugerem relação entre privação de sono e erros médicos3,10. Esse estudo tem o objetivo de avaliar o padrão de sono nos residentes, bem como possíveis sintomas a ele relacionados. Métodos. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal realizado em 28 residentes de psiquiatria de dois hospitais de Fortaleza com Residência Médica em Psiquiatria. Como instrumento, além de um questionário auto-aplicável, foi empregado o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg para avaliar a qualidade do sono. O estudo seguiu os princípios éticos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), conforme Resolução 196/1996. Resultados. Segundo o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg, 78,6% dos residentes apresentaram um sono de má qualidade no último mês. Em relação ao gênero, o percentual de homens (85%) com sono de má qualidade é maior que o de mulheres (62,5%). Quanto à idade, 87,5% dos médicos residentes com menos de 30 anos apresentavam sono de má qualidade, contra 66,7% dos residentes com 30 anos ou mais. 60% dos que moram com esposo(a) ou companheiro(a), 90% dos que residem com os pais e 100% dos que vivem sozinho ou com amigo apresentam sono de má qualidade. Sobre o ano da residência, 80,8% dos residentes em psiquiatria do primeiro ao terceiro ano apresentavam sono de má qualidade, enquanto 50% dos residentes em psiquiatria infantil o manifestaram. 86,4% dos residentes com 5 anos ou menos de formado apresentam sono de baixa qualidade, em contraste com 50% daqueles com mais de 5 anos. Em relação a outros distúrbios relacionados ao sono, 35,7% dos residentes referem sempre ou ocasionalmente insônia intermediária; 10,7% falam ao dormir; 7,1% rangem os dentes durante o sono; e 28,6% admitem roncar à noite. Nenhum médico residente refere episódio de sonambulismo. Avaliando o estado nutricional, todos residentes considerados obesos de acordo com valores do Índice de Massa Corpórea apresentam sono de má qualidade. A má qualidade do sono também foi associada com sintomas físicos e psíquicos muito frequentes:30% deles apresentavam irritabilidade; 25%, cefaléia; 15%, esquecimentos, 10%, raciocínio lentificado. Em paralelo, o grupo com boa qualidade de sono apresentou cefaleia em 12,5% dos casos e não apresentou queixas de esquecimentos, raciocínio lentificado e irritabilidade. Conclusão. Foi detectada uma alta prevalência de má qualidade do sono entre os residentes de psiquiatria, bem como importante relação com sintomas que podem causar-lhes prejuízos pessoais e profissionais.
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Isso foi associado a problemas como sintomas de fadiga, sonolência diurna, elevados níveis de estresse e síndrome de burnout3,4. Diante desse panorama, várias organizações passaram a pressionar instituições de ensino no sentido de limitar as horas de trabalho com o objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida aos residentes e benefícios indiretos para os pacientes5,6. Um crescente número de publicações reforça o papel do sono na fixação de conteúdos, fundamental para o desempenho acadêmico7,8. A qualidade do sono possibilita melhor atenção e consolidação da memória, o que se reflete em aprendizado1,9. Pesquisas sugerem relação entre privação de sono e erros médicos3,10. Esse estudo tem o objetivo de avaliar o padrão de sono nos residentes, bem como possíveis sintomas a ele relacionados. Métodos. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal realizado em 28 residentes de psiquiatria de dois hospitais de Fortaleza com Residência Médica em Psiquiatria. 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