Vulnerabilidade ao câncer de colo do útero em mulheres infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Daniele Mary Silva de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7000
Resumo: O câncer de colo do útero em mulheres infectadas pelo HIV tem repercutido de forma significante em sua saúde. Neste estudo, objetivou-se analisar a situação dessas mulheres quando do exame de câncer do colo do útero e identificar marcadores da vulnerabilidade para o desenvolvimento dessa neoplasia. Estudo exploratório desenvolvido no Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPCC), em Fortaleza-CE. Participaram 76 mulheres infectadas pelo HIV que realizaram o exame preventivo de outubro de 2007 a junho de 2008. Instrumentos estruturados captaram os dados que foram processados pelo SPSS versão 14.0 e empregou-se teste qui-quadrado e teste t. Das mulheres pesquisadas, 61,8% tinham idade entre 19 a 39 anos, 57,9% estudaram até o ensino fundamental, 47,4% eram provenientes da classe econômica D/E, 76,3% tinham Aids e faziam uso de antirretrovirais, 40,8% apresentavam contagem de CD4+ inferior a 351 mm3. Quanto às condições ginecológicas, 55,3% informaram menarca entre 9 e 13 anos, e 78,7%, coitarca entre os 12 e 19 anos. No relacionado à prevenção ginecológica, 55,2% informavam ter realizado o último Papanicolaou há dois anos ou mais, 68,4% realizaram o exame após a infecção pelo HIV, e 85,5% informavam acesso difícil para realização desse exame. Quanto aos fatores de risco adicionais para câncer de colo uterino, 64,5% fumavam e 40,8% relataram história de DST, sendo o HPV mais prevalente (51,7%). Segundo as parcerias sexuais, 30,1% das mulheres informaram mais que seis parceiros sexuais na vida. Ao exame de prevenção, 43,4% apresentaram iodo negativo, 94,8% manifestavam algum tipo de inflamação, 33,3% tinham presença de células escamosas, 5,6% de células escamosas de origem indefinida, 44,4%, HPV+NIC I e 16% dos exames com NIC I e NIC II. Foi demonstrada associação estatística entre DST e tempo da última prevenção do câncer de colo (p=0,040), teste de Schiller positivo e coitarca (p=0,005); entre presença de atipias em células escamosas e número de parceiros (p=0,021), coitarca (p=0,003) e iodo negativo (p=0,008); entre contagem de TCD4, atipias em células escamosas e teste do iodo (p=0,028) e (p=0,030). Quanto aos marcadores de vulnerabilidade na dimensão individual, observaram-se diferentes situações como o conhecimento insuficiente sobre Papanicolaou e sobre a possibilidade de apresentação do câncer de colo, além de desconhecimento da associação entre imunossupressão e câncer de colo, reduzida escolaridade e atividade laboral e classe social baixa. Na dimensão programática, observou-se irregularidade na realização do Papanicolaou; ausência do serviço/equipe de ginecologia em serviço de referência; acesso difícil aos atendimentos em saúde; ausência de educação em saúde, entre outros. Na dimensão social, verificaram-se condições insuficientes de vida e saúde, acesso insuficiente aos equipamentos sociais e questões ligadas ao gênero. Concluiu-se que as mulheres infectadas pelo HIV são mais vulneráveis ao câncer de colo do útero, devido à imunossupressão, aos fatores individuais, sociais e ambientais. Urge a necessidade de implementação regular do programa de controle de câncer cérvico-uterino para vigilância contínua do trato genital com detecção precoce do câncer de colo uterino e prevenção de outras infecções, oportunizando às mulheres infectadas pelo HIV a garantia ampla de seus direitos à saúde, permitindo um viver mais saudável e ampliando a sobrevida na vigência do HIV.
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