A União Nacional dos Estudantes e a Contra-Reforma Universitária no Governo Lula: a educação pública em debate

• Autor(a) principal: Santos, Laura Karine Maia dos
• Data de Publicação: 2007
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7265
• topic: União Nacional dos Estudantes (Brasil) Movimentos estudantis - Brasil – História; Reforma da Educação (Brasil); Reforma do Ensino Superior – Brasil; Programa Universidade para Todos; Políticas Públicas de Educação

O atual momento histórico configura uma profunda crise do sistema capitalista, cujas características do fantástico desenvolvimento científico-tecnológico, por um lado, e a paulatina destruição dos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora, por outro, não nos deixam dúvidas de estarmos nos referindo a uma crise estrutural do capital. É nesse contexto de crise, marcado por uma crescente redução de custos com as demandas sociais, cujo Estado vem se eximindo cada vez mais do papel de provedor dos direitos essenciais, que devemos analisar as transformações que se efetivam na educação de nível superior. A crise educacional que grassa a universidade, após a implantação da reforma universitária pelos militares, e que foi duramente combatida pelos estudantes na década de 60 foi por nos analisada, levando-se em consideração que a referida década constitui-se como um marco histórico para o movimento estudantil brasileiro. Foi um tempo de intensas lutas, efervescência de idéias, ideais e protestos. Como não poderia deixar de ser, a Reforma Universitária foi um dos temas de maior destaque dessa época. Por ela e em nome dela, muitos embates foram travados, demonstrando toda a garra daqueles estudantes de outrora, que faziam o movimento estudantil no Brasil. Reunimos nossos esforços com intuito de dar a conhecer o posicionamento da União Nacional dos Estudantes frente ao projeto de reforma universitária ora vigente, levando-se em consideração o posicionamento da mesma entidade no processo de reforma implementado pela ditadura militar. A atual reforma universitária, no nosso entender, uma via na contramão dos interesses da comunidade acadêmica, responde aos imperativos do capital em busca de novos campos de atuação para reconstruir suas taxas de lucro. As recomendações do Banco Mundial para educação de nível superior têm sido cada vez mais acatadas pelos governos federais brasileiros. Atualmente, a proposta de reforma universitária encabeçada pelo Governo Lula não difere das orientações para o ensino superior seguidas pelo seu antecessor. Nesse sentido, de análise crítica da atual reforma universitária é que desenvolvemos nossa pesquisa, salientando que não nos é descabido concluir que o sucateamento enfrentado hoje é o anúncio de destruição do ensino superior público e gratuito.