Mestres da cultura e diversidade cultural: notas sobre representações do patrimônio imaterial cearense

• Autor(a) principal: Frota, Vinicius
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/53332
• topic: Cultura; Diversidade cultural; Patrimônio Cultural

O registro dos Mestres da Cultura, que teve início no Ceará em 2004, tem apresentado novos desafios ao campo das políticas patrimoniais. Os mestres são representantes de saberes e fazeres tradicionais, e atuam na difusão de memórias e de identidades relativas à diversidade cultural. O presente artigo propõe-se a contribuir com a compreensão de lutas simbólicas travadas no processo de construção de um imaginário social sobre a identidade cultural cearense, por meio da política patrimonial ligada aos Mestres da Cultura. Através de análise qualitativa, pretende-se articular a percepção sobre a realidade empírica com o aporte de autores e de literatura referentes ao campo do patrimônio cearense. Os processos de patrimonialização são espaços de disputas que envolvem a elaboração de discursos e a proteção de bens culturais reconhecidos como expressivos da diversidade cultural de uma comunidade. Esses bens assumem um papel fundamental na compreensão de visões de mundo e de práticas coletivas, interligando memórias e fortalecendo sentimentos de pertença. Os mestres são escolhidos como ícones da tradição popular num panorama de conflitos e negociações, lembrados ou esquecidos por meio da mobilização de recursos simbólicos. Através de práticas de seleção e classificação, a política de Mestres da Cultura constrói representações acerca da totalidade das manifestações tradicionais, uma leitura oficial acerca do domínio da cultura popular tradicional cearense que se pretende preservar.