Caracterização da pesca artesanal marítima-continental da reserva extrativista do batoque, Aquiraz, Ceará

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rebouças, Maria da Conceição Mota
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/71300
Resumo: A reserva extrativista marinha do Batoque foi criada em 2003, no município de Aquiraz – CE, representa áreas de domínio público com uso concedido a populações tradicionais. Numa área de 601 hectares, a reserva abrange ecossistemas costeiro-marinhos, estuarinos e manguezais, sendo a pesca artesanal, a agricultura e o comércio as principais atividades realizadas pela população, estimada em cerca de 350 famílias. No período de abril de 2010 a janeiro de 2011, foi feita uma pesquisa na localidade, que teve como objetivo conhecer os aspectos relativos ao conhecimento dos pescadores (as) sobre os instrumentos, técnicas e estratégias empregadas na atividade pesqueira, e até que ponto a criação da unidade de conservação proporcionou condições naturais e sociais adequadas para o desenvolvimento da população local. Através de um trabalho em campo que fez uso de 55 questionários semi-estruturados. Os resultados mostraram que a frota pesqueira é constituída principalmente de jangadas, sendo observado 17 pescadores que faziam uso do paquete com comprimento que varia de 2,5 a 3,5 metros. Já a jangada é utilizada por 18 pescadores para pescarias mais longas (3 dias) ou “de dormida”, com comprimento que varia de 4 a 7 metros. As pescadarias de “ir e vir” duram cerca de 4h/dia e as “de dormida” são geralmente de 3 a 5 dias no mar. A linha de mão é usada por 100% dos pescadores como arte de pesca principal, e o manzuá é utilizado somente na época da pesca da lagosta. O uso de gelo não é comum, somente em caso de pescarias longas. As pescarias normalmente são de parceria em 87%, e a produção fica com 50% para a embarcação (reforma, compra de apetrechos de pesca) e 50% é dividido entre o grupo que é normalmente de 2 a 3 pescadores (paquete) e de até 5 pescadores (jangada). A infraestrutura de conservação e comercialização do pescado é precária, sendo a divisão da pesca feita no próprio ponto de desembarque, enquanto o destino da produção é destinado para o consumo pessoal e a venda para o atravessador. A atividade pesqueira na unidade constitui-se desta forma inteiramente artesanal, com pouca evolução em relação às tecnologias de pesca. A unidade possui como um dos instrumentos de gestão o Conselho Deliberativo criado em 24 de maio de 2012, mas ainda não possui o plano de manejo instituído.
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