Risco cardiovascular em longo prazo em mulheres acometidas por síndromes hipertensivas na gestação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Henriques, Ana Ciléia Pinto Teixeira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4292
Resumo: As Síndromes Hipertensivas Gestacionais (SHG) respondem por elevados índices de morbimortalidade materna e neonatal, tendo estudos mostrado que seus efeitos não resumem-se ao período da gestação, acarretando em um perfil clínico e metabólico diferenciado conferindo maior risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares em mulheres com história destas patologias. Objetivou-se neste estudo analisar o perfil de risco cardiovascular em mulheres com história obstétrica de SHG. Tratou-se de uma coorte retrospectiva na qual foram avaliadas 60 mulheres (30 com história de SHG e 30 com história de gestações sem complicações) cujos partos ocorreram no período entre 1992 e 2002 em uma Maternidade Terciária de Fortaleza-Ce. As pacientes que aceitaram participar do estudo realizaram avaliação antropométrica, laboratorial e da função endotelial através da dilatação fluxo-mediada da artéria braquial. As variáveis contínuas foram analisadas utilizando os testes de Kolmogorov-Smirnov para verificação da normalidade destas, sendo utilizados os testes t-Student e Mann-Whitney para comparação das médias. As medidas clínicas e metabólicas foram categorizadas segundo os pontos de corte determinados por consensos nacionais segundo o risco cardiovascular, sendo utilizado o teste do qui-quadrado e Exato de Fisher para comparação entre os grupos. Calculou-se a OR para as variáveis que se mostraram estatisticamente significantes considerando p<0,05. O período de seguimento médio dos grupos foi de 15,2±3,5 anos. O estudo mostrou que mulheres com história de SHG apresentam maiores valores de IMC, PAS, LDL-C e glicemia em jejum (p=0,03; 0,03; 0,02 e 0,02, respectivamente). Mostrou-se estatisticamente significante o uso de anti-hipertensivos (p=0,03) e tendência ao uso de hipoglicemiantes (p=0,05). Encontrou-se uma frequência de disfunção endotelial de 60% entre as expostas, demonstrando diferença estatisticamente significante entre os grupos (p=0,01). Foi identificada Síndrome Metabólica em 80% das expostas, com diferença entre os grupos quanto ao diagnóstico e o número de componentes da síndrome (p=0,01). As pacientes do grupo exposto apresentaram maiores pontuações no Escore de Risco de Framingham e no Escore Global de RCV (p=0,03; 0,01). O estudo apresenta um perfil de risco cardiovascular desfavorável em pacientes com história de SHG corroborando com dados da literatura e contribuindo para embasar a necessidade de um melhor acompanhamento no pós-parto em longo prazo de mulheres com história desta complicação obstétrica.
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