Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão arterial e seus determinantes em pacientes de ambulatório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Ana Claudia de Araujo
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6541
Resumo: Trata-se de um estudo transversal sobre adesão ao tratamento da hi-pertensão e seus determinantes, realizado de novembro de 1997 a fevereiro de 1998, com 177 pacientes selecionados aleatoriamente e entrevistados após a con-sulta médica no ambulatório do Hospital de Messejana, Fortaleza-CE. Tais pacien-tes foram visitados em domicílio para continuidade da entrevista e contagem de comprimidos, a primeira vez entre 13 e 25 dias após a consulta e a segunda vez entre 13 e 25 dias após a primeira visita. A maior parte (65,8%) dos medicamentos prescritos não foi dispensada no hospital e destes 22,3% não foram adquiridos em outro lugar, portanto 14,7% dos medicamentos prescritos não foram adquiridos pe-los pacientes. A taxa de adesão determinada no presente estudo, pelo método de entrevista, foi de 62,1%, e pelo método contagem de comprimidos, foi de 38,4%. De acordo com o teste de Kappa, o grau de concordância entre os dois métodos foi muito baixo (33,68%). O desempenho da entrevista como uma medida de adesão teve as seguintes características: baixa sensibilidade (52,3%) para detectar pacien-tes não aderentes, alta especificidade (85,3%) para detectar pacientes aderentes, alto valor preditivo (85,1%) para a não adesão e baixo valor preditivo (52,7%) para a adesão. Devido o baixo desempenho da entrevista para determinar adesão, os re-sultados apresentados referem-se ao método contagem de comprimidos. As variá-veis que se mostraram significantes através do teste de Fisher (p < 0,15) na análise univariada em relação a uma maior adesão ao tratamento, foram analisadas para identificar efeitos independentes através de um modelo de regressão logística. Na análise multivariada, maior renda familiar e a ajuda que o paciente recebe da família para tomar os medicamentos favoreceram uma maior adesão ao tratamento (OR = 3,19 - IC [1,01 - 10,04] e OR = 3,00 - IC [1,16 - 7,74], respectivamente). Os resulta-dos também sugerem como fatores que dificultam a adesão dos pacientes ao tra-tamento: número reduzido de consultas/ano por paciente, grande intervalo entre as consultas, deficiências na orientação médica durante a consulta, desabastecimento de medicamentos no hospital e pouco envolvimento dos pacientes no programa de apoio ao paciente hipertenso.
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