Editorial: arte e micropolíticas

• Autor(a) principal: Costa, Pablo Assumpção Barros
• Data de Publicação: 2017
• Outros Autores: Gorczevski, Deisimer
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
• Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/33296
• topic: Laboratórios artes e micropolíticas urbanas; Arte visual; Desigualdade

Num encontro entre jovens artistas e ativistas vinculados aos laboratórios Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR - UFC) e Arte Contemporânea (LAC - UFC) com a psicóloga gaúcha Carmen Oliveira, em Fortaleza, a artista visual Aline Albuquerque comentou sobre sua trajetória de exploração do próprio bairro como ação estético-política e asseverou algo nos seguintes termos: “Na nossa cidade, marcada pela desigualdade social extrema e resultante violência e paranoia urbana, caminhar nas ruas do próprio bairro emerge como ato político”. Para todos ali presentes, radicados numa Fortaleza onde predomina o automóvel e seus vidros escuros, aquela afirmação encontrou ressonância, identificação e acolhida. Aquilo que leva o simples ato de caminhar no próprio bairro a se configurar como ato político é um complexo conjunto inter-relacionado de causas cuja nervura de sentido encontra disparo histórico na catástrofe do colonialismo, cujos efeitos e feridas abertas continuam a assombrar o presente do Brasil e do resto da América Latina com insistência atroz. Nosso segundo número da Vazantes volta-se com maior atenção a esta nervura e a essa história viva do colonialismo no presente histórico do Brasil, em que o projeto colonial foi subsumido pelo projeto neoliberal capitalista.[...]