Efeitos da administração de melatonina sobre a qualidade do sono, sonolência diurna, fadiga, sintomas depressivos e atividade da doença em mulheres com artrite reumatoide

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Fernando Henrique Azevedo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/36773
Resumo: Embora a melatonina (MLT) exógena tenha-se mostrado útil como coadjuvante no tratamento de várias doenças crônicas, não há dados conclusivos sobre seus efeitos na artrite reumatoide (AR), particularmente sobre a atividade da doença, as alterações do sono, fadiga e sintomas depressivos. A presente tese busca aprofundar os conhecimentos nesse campo e consiste de três estudos. O primeiro trata-se de um ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, para investigar os efeitos da administração noturna de MLT (5mg/dia, VO), por 90 dias, sobre a qualidade do sono, medida pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (IQSP); fadiga, pela Escala de Gravidade de Fadiga (EGF); sonolência diurna, pela Escala de Sonolência de Epworth (ESE); sintomas depressivos, pelo Inventário para Depressão de Beck (IDB-II) e atividade da AR, pelo Escore de Atividade de Doença em 28 articulações (DAS28). Quarenta e oito mulheres com diagnóstico prévio de AR (idade média± DP= 53,4±13,2 anos) foram alocadas no grupo MLT (n=25) ou placebo. A MLT produziu melhora nos escores do IQSP (9,5±3 vs. 6,5±3) e IDB-II (18,2±10 vs. 13,1±9,1), ao contrário do placebo. Não houve variação nos escores da ESS e DAS28. No segundo estudo, 110 mulheres (idade = 51,2±13 anos) com AR foram classificadas quanto à presença (IDB-II>13; n=36) ou ausência de sintomas depressivos. As pacientes com sintomas depressivos, comparadas àquelas sem sintomas, apresentaram pior escore do IQSP (10,09±4,1 vs 7,33±3,55); EGF (4,69±1,89 vs 3,34±1,8) e DAS28 (4,36±1,53 vs 3,7±1,39). A qualidade de sono foi preditora independente da gravidade de sintomas depressivos. No terceiro estudo, 29 mulheres com AR (idade = 51,7±15,9 anos) e 12 controles normais (idade = 52,9±12,2 anos) foram avaliadas por actigrafia durante 5 a 7 dias e responderam aos questionários descritos. Na análise do ciclo vigília-sono, o tempo total e o percentual de sono dos pacientes no período diurno associaram-se negativamente ao EGF. Já entre os controles, houve forte associação positiva entre o tempo total de sono no período diurno e o escore global do IQSP. Em resumo, nas pacientes com AR, a MLT melhora a qualidade do sono e os sintomas depressivos, sem modificar a atividade da doença. Mulheres com sintomas depressivos apresentam pior qualidade de sono, fadiga e atividade da AR. O grau de fadiga está associado a alterações no ciclo vigília-sono.
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