Araripe Júnior: Leitor de Ibsen

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Charles Ribeiro
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Silva, Odalice de Castro
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/45425
Resumo: Henrik Ibsen (1828-1906) foi um dos mais importantes dramaturgos do século XIX. Desde o final do século XIX, ele é conhecido no Brasil, tendo artigos publicados sobre suas peças, por exemplo, por Artur de Azevedo e João do Rio. O crítico cearense Araripe Júnior (1848-1911), um dos mais importantes do século XIX, escreveu um longo ensaio sobre a obra dramatúrgica de Ibsen, publicado como livro em 1911, no ano de sua morte. O ensaio foi escrito ao longo de mais de 10 anos e serviu como seu testamento intelectual. No início de sua crítica literária, Araripe Junior voltou-se aos temas nacionais, ainda ligados à estética romântica e, posteriormente, priorizou a análise de autores brasileiros como Gregório de Matos, José de Alencar, Raul Pompeia, Aluísio de Azevedo. Após anos estudando o romantismo e o naturalismo brasileiros, o que o levou a dedicar tantos anos de pesquisa à obra do autor norueguês? A nossa pesquisa pretende efetuar uma breve análise do livro "Ibsen e o espírito da tragédia" e examinar como a leitura e o estudo da obra de Ibsen contribuíram para o amadurecimento intelectual de Araripe Júnior. Além do texto em análise do escritor cearense, nos embasaremos em: Afrânio Coutinho (1959) e (1970), Braga Montenegro (1948), Pedro Paulo Montenegro (1974), Luiz Roberto Velloso Cairo (1996) e Malcolm Bradbury (1989). Após o exame do livro de Araripe Júnior, observamos que ele fez um levantamento histórico do gênero tragédia para, por fim, averiguar a contribuição da obra de Ibsen para o teatro moderno. Ele salientou que Ibsen utilizou técnicas da tragédia clássica, incorporando elementos do naturalismo (hereditariedade e prevalência do ambiente sobre o indivíduo), para representar o confronto do indivíduo contra a sociedade. A investigação da obra de Ibsen serviu para que Araripe Júnior ampliasse seu exercício crítico para o âmbito universal, também permitindo o aperfeiçoamento de sua visão estética, não ficando preso absolutamente ao determinismo tainiano.
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