Violência contra a mulher por parceiro íntimo : magnitude e fatores associados encontrados em delegacia especializada de atendimento à mulhe

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gama, Isabelle da Silva
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6969
Resumo: A violência contra a mulher constitui um agravo recorrente no cenário mundial tendo sido considerado problema relevante para a saúde pública e violação dos direitos humanos. Teve-se como objetivo analisar a magnitude da violência contra a mulher perpetrada por parceiro íntimo. Estudo quantitativo transversal, cuja coleta de dados foi realizada de junho a agosto de 2011, tomando-se por base dados de inquéritos policiais que constam na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Fortaleza-CE. Selecionaram-se inquéritos de mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos, baseados em um processo de amostragem do qual resultaram em 395 inquéritos policiais. Destes, 325 foram de mulheres que deram prosseguimento ao processo judicial e 70 desistiram da denúncia do agressor. Para a coleta de dados, foram extraídas variáveis relevantes dos inquéritos que seguiram com processo, com vistas a contribuir na busca da possível associação entre a violência física contra a mulher e os possíveis fatores causais, tais como os socioeconômicos, tanto da vítima quanto do agressor, além dos dados da ocorrência. Enquanto os 70 processos arquivados foram apenas descritos, os que deram prosseguimento ao juizado tiveram seus dados analisados por meio do software STATA versão 10. A tipologia da violência prevalente no estudo foi a não física (57,2%). Entretanto, foi analisada a associação, especificamente, entre a violência física e seus possíveis fatores. Para este fim, utilizou-se o cálculo da Razão de Prevalência, Odds Ratio bruta e valores de significância (p<0,20). Ao aplicar a regressão logística para ajuste do modelo, concluiu-se que os fatores de risco associados para este tipo de agressão foram o número de filhos e o vínculo não civilmente formal entre a vítima e o agressor (p=0,050; p=0,001, respectivamente; o ambiente do ocorrido ser o não residencial (p=0,037); o autor ser solteiro (p=0,017); os possíveis motivos segundo a vítima serem o consumo de álcool ou drogas ou ambos em associação, ciúme ou não aceitação da separação, além do histórico de agressividade do autor (p=0,002); os possíveis motivos segundo o agressor tais como o consumo de álcool e drogas por ele, ciúme, não conformação com a separação, a alegação de infidelidade por parte da mulher assim como a culpabilidade da vítima (p=0,000). Destacou-se o registro de BO anterior como fator de proteção à integridade física da mulher (p=0,050). Mesmo sem dimensionar a procura da mulher vítima de lesão corporal por um serviço de saúde, é evidente o número de casos não notificados pelo sistema e a vítima acaba por se tornar, mais uma vez, negligenciada. Ademais, a violência não física também deixa sequelas inimagináveis no histórico de vida de uma mulher. Contudo, urge a integração dos serviços com vistas a combatê-la.
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