Roca das horas: o trem e o rio como imagens do tempo na poesia de João Cabral de Melo Neto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Letras Raras |
Texto Completo: | https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/758 |
Resumo: | Em 2020, celebramos o centenário de um dos maiores poetas brasileiros do século XX: João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Reconhecido por uma escrita racionalista e avessa ao lirismo confessional, Cabral desvelou em seus textos poéticos e ensaísticos as concepções basilares de seu processo de composição. Nessa relação pugilística com a linguagem, o poeta reconheceu como oponente o imponderável, que se materializa, por exemplo, nas ideias da morte e, como objeto deste trabalho, do tempo. Mediante uma pesquisa qualitativa amparada em leituras teóricas acerca do texto poético (BACHELARD,2018; BORGES, 2000; BOSI, 1977; CHKLOVSKI, 1976), das concepções de tempo (AGOSTINHO, 2019; ELIAS, 1998;WHITROW, 1993) e da crítica especializada sobre o poeta pernambucano (ARAÚJO, 2016; CANDIDO, 2002; SECCHIN,2020), tencionamos analisar a figuração do tempo na poesia do autor, considerando, para isso, a centralidade do texto como material de análise (CANDIDO, 2006), sem elidir, no entanto, a incorporação de contribuições multidisciplinares para aconstrução de sentidos. Baseando-nos na leitura efetiva da obra Cabral, para a constituição do corpus de análise, elegemos as imagens do rio e do trem, uma vez que, em nossa perspectiva, elas são paradigmáticas para refletir sobre os meandroscronológicos na produção cabralina. Embora as duas figuras se assemelhem pela geometria longilínea, elas distinguem-sepelo ritmo que as caracteriza, contrapondo o imediatismo da locomotiva à fluidez do corpo d’água. Nesse sentido, o poeta erige seu arcabouço textual através dos diferentes matizes que compõem os fios do tempo trançados em seus versos. |
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