“É preciso ocupar mentes e corações”: performance como ação política juvenil através do AgitProp e da Mística no Levante Popular da Juventude/PB.

• Autor(a) principal: DIAS, Anna Beatriz Ramos.
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35881
• topic: Movimentos sociais; AgitProp; Mística; Performance; Juventude; Social movements; Mystique; Social movements; Youths; Movimientos sociales; Misterio; Actuación; Jóvenes; Ciências sociais

Há nos movimentos sociais, técnicas de propagação e engajamento político que envolvem um arsenal bem amplo acoplado ao corpo de um militante, que o servem de identificação e representação com suas causas e movimentos, uma relação corpo-bandeira. Este trabalho aborda a performance como ferramenta de luta política em uma militância juvenil, a partir do uso da Agitação e Propaganda (AgitProp) e da Mística, duas técnicas utilizadas em movimentos sociais de esquerda. Este trabalho é atravessado pela pandemia do Covid-19, neste contexto, os movimentos sociais que historicamente utilizam a rua como palco de reivindicação, adaptaram suas estratégias para ampliar a atuação no ciberespaço, através das redes sociais, que se constitui na contemporaneidade como meio fundamental na concretude das grandes mobilizações da juventude brasileira. Esta pesquisa objetiva-se a entender o uso do AgitProp e da Mística na juventude engajada politicamente, encontrando nas ferramentas artísticas e de comunicação, um caminho para pesquisar a performance corporal de uma juventude militante. Mobiliza elementos para pensar os sentidos produzidos nas performances militantes, como visibilidade de identidades juvenis subalternas e o papel das tecnologias digitais na produção e execução da ação política. Utiliza-se como recorte de pesquisa, a atuação do movimento Levante Popular da Juventude, com foco na cidade de Campina Grande/PB. No percurso metodológico, a discussão teórica aborda as implicações de uma pesquisadora militante (GOSS E PRUDÊNCIO, 2004) na observação participante (INGOLD, 2016; CLIFFORD, 2002; PACHECO DE OLIVEIRA, 2013; GEERTZ, 2001; STRATHERN, 2014, LAVE, 2015; ABU- LUGHOD, 2018), mobilizando as ideias de colonialidade (GONZALES, 1980; QUIJANO, 2005; AGUIAR, 2021) “aprender como/na prática” (LAVE, 2015) e de “conhecer desde dentro” (INGOLD, 2011). As análises são produzidas a partir das letras das músicas do cancioneiro popular, registros fotográficos do movimento e o ato virtual #AdiaEnem. Ficando evidente o caráter pedagógico, cultural e educomunicativo da performance militante juvenil.