Naval e Carcerário: outras linguagens na prisão.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34534 |
Resumo: | Este texto é uma discussão à luz da filosofia pós-moderna sobre a prisão e os presos, uma maneira de criar novos sentidos para essa instituição/sujeito que são marcados por um discurso que os definem de forma única, como se a prisão fosse apenas o lugar de “recuperação” ou “enclausuramento” do preso, e este apenas um sujeito de gestos violentos, agressivos. Estas são verdades seculares, que foram criadas e ensinadas exatamente para sustentar o regime de prisão nas sociedades modernas, para fazer o social temer e manter nas bordas desse social o preso. A prisão conforme mostra Foucault é um regime de poder que vem substituir a decapitação dos que cometiam algum crime e esse regime vem atender na verdade uma nova lógica e economia de poder, que percebe inclusive que disciplina de um corpo, é mais eficaz do que a destruição e decapitação do mesmo. A violência dos corpos seria pensada por outras movimentações, aquela que torna o preso uma maquinaria de produção de uma nova subjetividade, a subjetividade docilizada, obediente, que internalizaria dentro de si a lei moral, jurídica e social. Foucault, porém, nos mostra que o poder da prisão lida com uma nova maneira de conduzir os sujeitos às regras, através do funcionamento da disciplina, que na cadeia produz a individualidade e a identidade do preso, ao mesmo tempo em que funciona como um tipo de poder positivo, que possibilita o preso relacionar-se com o poder, produzindo-se, usufruindo inclusive de algumas aberturas do próprio poder. Dentro de um regime de poder como a prisão, Foucault também nos alerta para uma questão fundamental, inspiradora para esse trabalho. |
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