Jornal anarquista: experimentações e emergência de saberes.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34735 |
Resumo: | A passagem do século XIX para o XX no Brasil registra profundas transformações sociais: fim da escravidão negra, inauguração da república, início da terceira onda imigratória, urbanização e industrialização da sociedade e organização do movimento operário ganham destaques enquanto acontecimentos decisivos para a sociedade brasileira. O movimento dos trabalhadores, por sua vez, se estabelecera com o predomínio do ideário anarquista, deixando registrados em variados documentos historiográficos um efervescente caldeamento de realizações e idéias. Nesta direção a imprensa anarquista constitui fonte de uma riqueza impressionante para pesquisas sobre o pensamento social operário como também em relação às instaurações. Em jornais, revistas e livros anarquistas é possível observar a confecção de conhecimentos e das experimentações em novas modalidades de sociabilidade. Os congressos operários, as escolas, as associações de classe, as manifestações públicas, as greves, os piqueniques, o teatro, a literatura, entre outros, foram campos cuja presença anarquista foi marcante. O jornal e a revista anarquista expressam a singularidade do coletivo editorial. Com um dinamismo anti-hierárquico característico, estes impressos apresentam um pensamento eminentemente coletivo. Os articulistas apresentam análises, reflexões, poesias, notícias, entre outros acontecimentos e iniciativas, num ritmo processual e relacional. Por vezes acontece de adversários do campo ideológico escreverem livremente nas colunas destes jornais, provocando outros artigos e outros eventos como conferências temáticas. O título do jornal se apresenta enquanto um pseudônimo coletivo, similar ao uso deste recurso por indivíduos quando de situação de forte perseguição policial. O título do jornal dá forma a este encontro pessoal manifesto no coletivo editorial e, simultaneamente, preserva o coletivo num ambiente social por demais hostil e adverso. O título expressa, de outro modo, uma assinatura coletiva. Nomear um jornal anarquista inscreve não apenas um recorte estilístico e de marketing. Inscreve também a vibração que anima os integrantes do grupo editorial. Dá pra se ver que comparado ao jornal contemporâneo o jornal anarquista transborda com os estreitos limites. A palavra ‗jornal‘ é bastante acanhada se projetada diretamente sobre estes impressos elaborados pelos anarquistas no início do Brasil republicano. Nestes jornais e revistas existem registros de realizações e experimentações instauradas de diversas maneiras pelos trabalhadores. Estas realizações são mais bem compreendidas se analisadas à luz do ideário anarquista que as animava. Proponho-me para este artigo tratar estes aspectos. |
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