Modelo de construção de cenários para planejamento energético de empresas geradoras de energia eólica: a incorporação de uma lógica socioambiental corporativa.

• Autor(a) principal: SILVA, Sandra Sereide Ferreira da.
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/17031
• topic: Planejamento Energético; Sustentabilidade Socioambiental Corporativa; Geração de Energia Eólica; Técnica de Cenários; Energértico Planning; Corporate Social and Environmental Sustainability; Generation Wind Energy; Scenarios Technique; Recursos Naturais

Estudos que retratam o cenário atual e as perspectivas futuras envolvendo o tema planejamento energético e sustentabilidade na sociedade contemporânea tem encontrado a provocação de lidar com a insegurança e a carência de informações sistematizadas. Ao se projetar os impactos socioambientais causados e as limitações dos recursos energéticos, observa-se a necessidade de um planejamento mais sustentável e corporativo. Partindo-se deste princípio, evidencia-se que para auxiliar a elaboração de estratégias em ambientes marcados pela complexidade, como no caso do setor energético, uma ferramenta metodológica possível é a Técnica de Cenários. Prospectar cenários não é um exercício de predição, mas sim um esforço de fazer descrições plausíveis e internamente consistentes de situações futuras possíveis, apresentando os condicionantes do caminho entre a situação atual e um dado cenário futuro, destacando-se os fatores mais relevantes às decisões que precisam ser tomadas. Diante deste entendimento, esta tese tem como objetivo principal criar um modelo de construção de cenários para planejamento energético em empresas de geração de energia eólica viável de ser incorporado no Planejamento Energético, tomando como referência princípios e critérios de sustentabilidade socioambiental corporativa. Quanto aos procedimentos metodológicos, a pesquisa se enquadra como qualitativa, de natureza explicativa/descritiva. No que se refere ao modelo proposto, este foi construído a partir das ideias e teorias já existentes acerca do planejamento energético com a inclusão de uma lógica socioambiental corporativa e da construção de cenários como ferramentas para a formulação de estratégias empresariais. Para sua validação, o modelo foi aplicado a um grupo de 64 profissionais pertencentes aos principais órgãos de representação do setor elétrico nacional e profissionais pesquisadores – formadores de opinião; na qual foi realizada pesquisa qualitativa. Para a filtragem dos dados, elaborou-se um modelo inédito de Cenário de Planejamento de Geração Eólica composto de 11 dimensões e 38 indicadores. Para a construção dos cenários, a base de dados foi dividida em 03 (três) grupos de especialistas: normais, otimistas e pessimistas. Para cada grupo foram calculadas as médias aritméticas dos indicadores, das dimensões e média geral. O modelo foi validado de acordo com os critérios metodológicos utilizados (fatores invariantes e incertezas críticas). Os fatores invariantes foram o fio condutor do novo modelo; excluindo-se uma dimensão e 13 indicadores. A partir da validação, o Modelo de Cenários de Planejamento de Geração Eólica – MCPGE passou a ser composto por 10 dimensões e 25 indicadores. Como resultado, pode-se afirmar que diante da “nova” composição, deve-se atentar para o contexto das mudanças socioeconômicas, políticas e institucionais que já estão em curso e as que estão por vir. Nesse aspecto, o desafio maior no desenvolvimento de uma visão de futuro de cenário, seja este “normal”, “otimista” ou “pessimista” está em imaginar mudanças nas tendências e nos paradigmas atuais, já que o objetivo não é prever o futuro, nem desenhar um futuro provável ou desejável. O objetivo é prospectar por meio da aplicação da técnica de cenários, a extrapolação criativa para a reflexão diante de uma expressiva gama de condicionantes e consequências futuras, de modo a tornar possível vislumbrar no futuro os impactos desses critérios e das ações formuladas, permitindo-se para tanto, a realização de um melhor planejamento estratégico energético para as empresas geradoras de energia eólica no sentido de minorar os impactos indesejados e de criar um adequado posicionamento diante das oportunidades que se apresentam ao país no âmbito da exploração dos recursos renováveis, neste caso, a energia eólica.