A repercussão de “o segundo sexo” no Brasil.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Laise Pereira da.
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: GOMES, Alberon de Lemos.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34682
Resumo: Quando Simone de Beauvoir, em 1949, declarou em O segundo sexo que “não se nasce mulher, torna-se mulher”, expressou a idéia básica do feminismo: a desnaturalização do ser mulher. O feminismo fundou-se na tensão de uma identidade sexual compartilhada (mulheres), evidenciada na anatomia, mas recortada pela diversidade de mundos sociais e culturais nos quais a mulher se torna mulher, diversidade essa que, depois, se formulou como identidade de gênero, inscrita na cultura. Jamais uma obra escrita por uma mulher para mulheres suscitara tamanho debate. O primeiro volume de O Segundo Sexo foi publicado em junho de 1949, e selou a reputação escandalosa de Beauvoir. Uma enchente de correspondência invade sua caixa de correio e ela também teve que enfrentar reações de hostilidade em lugares públicos. Até o título do livro chocou as pessoas. Falar abertamente sobre o corpo e a sexualidade feminina quebraria tabus importantes. O vaticano pôs o livro no índex. E o fato de o livro ter discutido o aborto foi particularmente tumultuador. Para Simone de Beauvoir, a escrita de O Segundo Sexo não foi mais que uma primeira etapa em direção a sua adesão ao feminismo. As reações que seu ensaio provoca, e os testemunhos de milhares de mulheres que lhe escrevem em seguida, constituem a segunda. Ela se definirá como feminista por volta dos anos 60, e seu livro, torna-se referência para o feminismo da década de 70. No Brasil, a repercussão de O Segundo Sexo se intensificou a partir do amadurecimento intelectual e político das leitoras em relação aos movimentos feministas. O conhecimento sobre a singularidade do livro e a importância de sua autora no cenário das discussões feministas foi fortalecido na medida em que as informações chegaram às universidades e grupos de militância através das pessoas exiladas e também pela visita da autora ao Brasil em 1960. Contudo não há, até o momento um estudo que trate especificamente da repercussão da obra no país. Portanto, buscarei! a parti r deste trabalho levantar uma pesquisa sobre a recepção de O Segundo Sexo no Brasil, utilizando para isso a data da primeira publicação de seu livro aqui, 1960 e a partir dela, a pesquisa em fontes midiáticas.
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