As fontes rupestres como desafio ao trabalho do historiador.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MOREIRA, Harley Abrantes.
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34542
Resumo: As artes pré-históricas costumam ser estudadas a partir da Arqueologia. Uma delas, a arte rupestre, vem sendo interpretada de diferentes maneiras, desde o século XIX, quando era entendida a partir da finalidade do simples prazer estético da arte pela arte, passando no início do século XX por teorias que a reconheciam como um modo de magia simpática, no qual os artistas controlavam os animais da vida real para o abate nas caças e, também como magia da fertilidade, quando os desenhos assegurariam a reprodução das espécies para garantir a alimentação. A partir das renovações historiográficas promovidas pela Escola dos Analles, o conceito de fonte foi ampliado e hoje já não depende das documentações escritas, podendo ser considerado qualquer vestígio humano registrado em algum ponto da linha do tempo. O próprio conceito de Pré-História passou a sofrer alterações, uma vez que está ligado à idéia superada de que somente a partir da escrita é que se torna possível falar em história. Dessa forma, convém perguntar: Por que a arte rupestre, estudada por outros campos de conhecimento, ainda não recebeu a devida atenção dos historiadores? O objetivo desta comunicação é apresentar o ―quadro‖ de pinturas rupestres no Nordeste brasileiro como um campo de possibilidades para a pesquisa do período ágrafo na História do Brasil, chamando a atenção de historiadores para este tipo de fonte e para o estudo deste período, que pode ser favorecido por perguntas e problematizações próprias do universo teórico da História. Neste texto, serão apresentadas algumas dificuldades para o trabalho dos historiadores com as pinturas rupestres, uma vez que as mensagens destas representações gráficas só podem ser compreendidas mediante os distantes códigos sociais dos grupos étnicos que as fizeram. Uma vez restritas as possibilidades de interpretação, pois as tentativas de compreender os grafismos localizam-se no plano conjectural, o que restaria ao historiador? Como trabalhar e proceder diante de tais fontes? Discutindo os problemas próprios da atividade historiográfica, esperamos refletir sobre os modos de pensar tais pinturas para, finalmente, apontar as oportunidades que elas representam para o avanço das pesquisas de um período bastante recuado na História da América e que vem sendo estudado por pesquisadores da Arqueologia, da Antropologia mas que, apenas timidamente, recebe a atenção dos historiadores.
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