As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes.
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/144
Resumo: Esta pesquisa analisa as lutas e resistências do Movimento Xingu Vivo Para Sempre (MXVPS) frente ao padrão de desenvolvimento dominante para a Amazônia, focando nos conflitos socioambientais em torno do Projeto de Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte (AHEBM), localizado no sudoeste do Estado do Pará. Para tanto, tomou como base a seguinte questão: as lutas e resistências do MXVPS frente a esse empreendimento hidrelétrico possibilitam identificar projetos de desenvolvimento que se colocam em perspectiva alternativa à hegemônica? Com isso, buscou identificar e analisar em que medida essas lutas e resistências do Movimento sinalizam com uma perspectiva contra-hegemônica. As noções de hegemonia e contra-hegemonia, baseadas em Boaventura de Sousa Santos, lastrearam a perspectiva crítica de análise. Com foco numa abordagem qualitativa, as estratégias metodológicas combinaram pesquisa bibliográfica, documental e de campo, neste caso com ênfase em observação participante e entrevistas semiestruturadas e em profundidade, dando relevo à história oral. Como resultado, foi possível identificar que o AHEBM é a expressão, por meio do PAC, da expansão da fronteira hidrelétrica no movimento de territorialização da dinâmica de acumulação do capital sobre a Amazônia sob forte influência do Estado, em parceria com grandes grupos econômicos, usando de violência institucional e simbólica para levar a cabo seu modelo neodesenvolvimentista. Dessa expansão da fronteira, vem ocorrendo um processo de desterritorialização na Região, o qual se expressa na expropriação, desintegração e precarização dos modos de vida de povos e comunidades tradicionais e camponesas, violando seus direitos fundamentais e pondo sob risco sua proteção física e social, além de comprometer o equilíbrio do ecossistema e do bioma amazônico. Isso caracteriza um processo, além de capitalista, colonialista. Essa expansão da fronteira hidrelétrica, todavia, não vem se dando sem contradições e conflitos, sem lutas e resistências a esse modelo. Seguindo essas pistas e esses sinais de contradições e conflitos, foi possível, também, capturar dinâmicas não hegemônicas (experiências e perspectivas sociais), a partir das resistências e das lutas do MXVPS, que se dão nesse brasil profundo e que ajudam a revelar outras imagens, representações e experiências da Amazônia, do Brasil e do Mundo.
id UFCG_225d228c132e2af8f90f5ecbf1ee26ac
oai_identifier_str oai:localhost:riufcg/144
network_acronym_str UFCG
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
repository_id_str 4851
spelling As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.Projeto Hidrelétrico Belo MonteMovimento Xingu Vivo Para SempreNeodesenvolvimentismoAmazôniaHegemonia e ContrahegemoniaTerritório IndígenaLuta e ResistênciaAmazonBelo Monte Hydroelectric PowerHegemony and Counter-HegemonyConflitos SocioambientaisHistória OralObservação ParticipanteViolência SimbólicaCamponeses da AmazôniaCiências Sociais.Esta pesquisa analisa as lutas e resistências do Movimento Xingu Vivo Para Sempre (MXVPS) frente ao padrão de desenvolvimento dominante para a Amazônia, focando nos conflitos socioambientais em torno do Projeto de Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte (AHEBM), localizado no sudoeste do Estado do Pará. Para tanto, tomou como base a seguinte questão: as lutas e resistências do MXVPS frente a esse empreendimento hidrelétrico possibilitam identificar projetos de desenvolvimento que se colocam em perspectiva alternativa à hegemônica? Com isso, buscou identificar e analisar em que medida essas lutas e resistências do Movimento sinalizam com uma perspectiva contra-hegemônica. As noções de hegemonia e contra-hegemonia, baseadas em Boaventura de Sousa Santos, lastrearam a perspectiva crítica de análise. Com foco numa abordagem qualitativa, as estratégias metodológicas combinaram pesquisa bibliográfica, documental e de campo, neste caso com ênfase em observação participante e entrevistas semiestruturadas e em profundidade, dando relevo à história oral. Como resultado, foi possível identificar que o AHEBM é a expressão, por meio do PAC, da expansão da fronteira hidrelétrica no movimento de territorialização da dinâmica de acumulação do capital sobre a Amazônia sob forte influência do Estado, em parceria com grandes grupos econômicos, usando de violência institucional e simbólica para levar a cabo seu modelo neodesenvolvimentista. Dessa expansão da fronteira, vem ocorrendo um processo de desterritorialização na Região, o qual se expressa na expropriação, desintegração e precarização dos modos de vida de povos e comunidades tradicionais e camponesas, violando seus direitos fundamentais e pondo sob risco sua proteção física e social, além de comprometer o equilíbrio do ecossistema e do bioma amazônico. Isso caracteriza um processo, além de capitalista, colonialista. Essa expansão da fronteira hidrelétrica, todavia, não vem se dando sem contradições e conflitos, sem lutas e resistências a esse modelo. Seguindo essas pistas e esses sinais de contradições e conflitos, foi possível, também, capturar dinâmicas não hegemônicas (experiências e perspectivas sociais), a partir das resistências e das lutas do MXVPS, que se dão nesse brasil profundo e que ajudam a revelar outras imagens, representações e experiências da Amazônia, do Brasil e do Mundo.This research analyzes the struggles and resistance of the Xingu Alive Forever Movement (MXVPS) against the dominant pattern of development for the Amazon, focusing on environmental conflicts around the Project Belo Monte Hydroelectric (AHEBM), located in the southwest of Pará. To do so, was based on the following question: the MXVPS’s struggles and resistances against this hydroelectric project possible to identify development projects that arise as an alternative to hegemonic perspective? Thus, we sought to identify and analyze the extent to which these struggles and resistances of this Movement signal with a counterhegemonic perspective. The concepts of hegemony and counter-hegemony, based on Boaventura de Sousa Santos, backed the critical analysis perspective. Focusing on a qualitative approach, the methodological strategies combined bibliographic, documental and empirical research, in this case with emphasis on participant observation and semi-structures interviews and in-depth, giving emphasis to oral history. As a result, we found that the AHEBM is the expression, through the PAC, the expansion of hydroelectric border movement of territorialization in the dynamics of capital accumulation on the Amazon under the strong influence of the state, in partnership with major economic groups, using institutional and symbolic violence to conduct your neo-desenvolvimentista model. This expansion of the border, there has been a process of deterritorialization in the region, which is expressed in the expropriation, disintegration and insecurity of livelihoods and traditional peoples and peasant communities, violating their fundamental rights and putting at risk their physical and social protection, besides disturbing the balance of the ecosystem and the Amazon biome. This characterizes a process, as capitalist and colonialist. This expansion of hydroelectric border, however, does not come without giving contradictions and conflicts, struggles and resistance to this model. Following these lanes and signs of these contradictions and conflicts, it was also possible to capture non-hegemonic dynamics (social experiences and perspectives), as of resistances and struggles of MXVPS that occur deep in Brazil and help reveal more images, representations and experiences of the Amazon, Brazil and the world.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISUFCGOLIVEIRA, Roberto Veras de.OLIVEIRA, R. V.http://lattes.cnpq.br/3105734658276566ROJAS, Gonzalo Adrián.MENEZES, Marilda Aparecida de.GODOY, José Henrique Artigas de.RAMALHO, José Ricardo.TRINDADE JÚNIOR, Saint-ClairCORRÊA, Sérgio Roberto Moraes.2014-07-302017-11-27T16:26:02Z2017-11-272017-11-27T16:26:02Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/144CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes. As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa. 2014. 539f. (Tese de Doutorado em Ciências Sociais). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande - Paraíba - Brasil, 2014. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/144porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2022-11-08T15:39:28Zoai:localhost:riufcg/144Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512022-11-08T15:39:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
dc.title.none.fl_str_mv As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
title As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
spellingShingle As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes.
Projeto Hidrelétrico Belo Monte
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
Neodesenvolvimentismo
Amazônia
Hegemonia e Contrahegemonia
Território Indígena
Luta e Resistência
Amazon
Belo Monte Hydroelectric Power
Hegemony and Counter-Hegemony
Conflitos Socioambientais
História Oral
Observação Participante
Violência Simbólica
Camponeses da Amazônia
Ciências Sociais.
title_short As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
title_full As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
title_fullStr As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
title_full_unstemmed As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
title_sort As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa.
author CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes.
author_facet CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes.
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv OLIVEIRA, Roberto Veras de.
OLIVEIRA, R. V.
http://lattes.cnpq.br/3105734658276566
ROJAS, Gonzalo Adrián.
MENEZES, Marilda Aparecida de.
GODOY, José Henrique Artigas de.
RAMALHO, José Ricardo.
TRINDADE JÚNIOR, Saint-Clair
dc.contributor.author.fl_str_mv CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes.
dc.subject.por.fl_str_mv Projeto Hidrelétrico Belo Monte
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
Neodesenvolvimentismo
Amazônia
Hegemonia e Contrahegemonia
Território Indígena
Luta e Resistência
Amazon
Belo Monte Hydroelectric Power
Hegemony and Counter-Hegemony
Conflitos Socioambientais
História Oral
Observação Participante
Violência Simbólica
Camponeses da Amazônia
Ciências Sociais.
topic Projeto Hidrelétrico Belo Monte
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
Neodesenvolvimentismo
Amazônia
Hegemonia e Contrahegemonia
Território Indígena
Luta e Resistência
Amazon
Belo Monte Hydroelectric Power
Hegemony and Counter-Hegemony
Conflitos Socioambientais
História Oral
Observação Participante
Violência Simbólica
Camponeses da Amazônia
Ciências Sociais.
description Esta pesquisa analisa as lutas e resistências do Movimento Xingu Vivo Para Sempre (MXVPS) frente ao padrão de desenvolvimento dominante para a Amazônia, focando nos conflitos socioambientais em torno do Projeto de Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte (AHEBM), localizado no sudoeste do Estado do Pará. Para tanto, tomou como base a seguinte questão: as lutas e resistências do MXVPS frente a esse empreendimento hidrelétrico possibilitam identificar projetos de desenvolvimento que se colocam em perspectiva alternativa à hegemônica? Com isso, buscou identificar e analisar em que medida essas lutas e resistências do Movimento sinalizam com uma perspectiva contra-hegemônica. As noções de hegemonia e contra-hegemonia, baseadas em Boaventura de Sousa Santos, lastrearam a perspectiva crítica de análise. Com foco numa abordagem qualitativa, as estratégias metodológicas combinaram pesquisa bibliográfica, documental e de campo, neste caso com ênfase em observação participante e entrevistas semiestruturadas e em profundidade, dando relevo à história oral. Como resultado, foi possível identificar que o AHEBM é a expressão, por meio do PAC, da expansão da fronteira hidrelétrica no movimento de territorialização da dinâmica de acumulação do capital sobre a Amazônia sob forte influência do Estado, em parceria com grandes grupos econômicos, usando de violência institucional e simbólica para levar a cabo seu modelo neodesenvolvimentista. Dessa expansão da fronteira, vem ocorrendo um processo de desterritorialização na Região, o qual se expressa na expropriação, desintegração e precarização dos modos de vida de povos e comunidades tradicionais e camponesas, violando seus direitos fundamentais e pondo sob risco sua proteção física e social, além de comprometer o equilíbrio do ecossistema e do bioma amazônico. Isso caracteriza um processo, além de capitalista, colonialista. Essa expansão da fronteira hidrelétrica, todavia, não vem se dando sem contradições e conflitos, sem lutas e resistências a esse modelo. Seguindo essas pistas e esses sinais de contradições e conflitos, foi possível, também, capturar dinâmicas não hegemônicas (experiências e perspectivas sociais), a partir das resistências e das lutas do MXVPS, que se dão nesse brasil profundo e que ajudam a revelar outras imagens, representações e experiências da Amazônia, do Brasil e do Mundo.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-07-30
2017-11-27T16:26:02Z
2017-11-27
2017-11-27T16:26:02Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/144
CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes. As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa. 2014. 539f. (Tese de Doutorado em Ciências Sociais). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande - Paraíba - Brasil, 2014. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/144
url http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/144
identifier_str_mv CORRÊA, Sérgio Roberto Moraes. As lutas e resistências do movimento Xingu Vivo Para Sempre diante do projeto hidrelétrico Belo Monte: o padrão de desenvolvimento da Amazônia em disputa. 2014. 539f. (Tese de Doutorado em Ciências Sociais). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande - Paraíba - Brasil, 2014. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/144
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
instname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
instacron:UFCG
instname_str Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
instacron_str UFCG
institution UFCG
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
repository.mail.fl_str_mv bdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.br
_version_ 1809744347727396864