Articulação saúde mental e economia solidaria: relato de experiência de um projeto de inclusão social pelo trabalho.

• Autor(a) principal: PEDROZA, Ariadne Pereira.
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12989
• topic: Enfermagem.; Saúde mental; Inclusão social; Economia Solidária; Artefatos artesanais-geração de renda; Mental health; Social inclusion; Solidarity economy; Handmade artifacts-income generation

A Reforma Psiquiátrica é um movimento social complexo, um novo paradigma em saúde mental, ancorada em conceitos como de institucionalização e reabilitação psicossocial, através da construção de novas modalidades de atenção em saúde mental, baseadas em princípios solidários de cidadania e de produção de vida. Tem como um dos principais dispositivos a potencialização do trabalho como instrumento de inclusão social através de experiências de caráter solidário. A Economia Solidaria mostra-se como um importante instrumento na rede de atenção em saúde mental, uma vez que, converge para a proposta de geração de renda dentro dos princípios da Reforma psiquiátrica. Este estudo buscou caracterizar o perfil socioeconômico, epidemiológica e as habilidades com artesanato dos pacientes que participam do Projeto de Extensão de Capacitação de Usuários do Centro de Atenção Psicossocial de Cajazeiras - PB (CAPS II) para Produção de Artefatos Artesanais; descrever a experiência vivenciada e as atividades desenvolvidas do referido Projeto; e verificar a importância deste projeto de extensão para a melhoria da qualidade de vida do usuário. Trata-se de um estudo de caráter exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa. Os sujeitos do estudo foram 15 pacientes do CAPS II do Município de Cajazeiras - PB que participam do Projeto de Extensão. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário contendo questões objetivas juntamente com os prontuários e relatórios do serviço. Os dados quantitativos foram analisados através do índice de frequência e percentual. As atividades desenvolvidas no projeto de extensão foram descritas minuciosamente e foram destacadas algumas falas dos usuários acerca da importância do referido projeto no processo de autonomia e de reabilitação psicossocial. A pesquisadora seguiu fielmente as observâncias éticas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional, de Saúde. Constatou-se que os sujeitos do estudo são de ambos os sexos, encontram-se em sua maioria na faixa etária de 41 a 50 anos e sendo pessoas solteiras. A maioria não possui filhos e em Relação ao grau de instrução, poucos concluíram o primeiro grau. Quanto a renda familiar, a maioria afirma ter renda de 1 a 2 salários mínimos, como também trabalhavam antes de serem usuários do CAPS. Através do levantamento dos prontuários, constatou-se diversificados tipos de diagnósticos, sendo os distúrbios esquizofrênicos os mais frequentes. A maioria participa das atividades terapêuticas relatando algum tipo de habilidade com artesanato. Todos relatam grande contribuição do Projeto para a sua melhoria da qualidade de vida. Na segunda etapa da pesquisa relatou-se as atividades desenvolvidas durante a execução do Projeto, como as capacitações e cursos ministrados. Percebeu-se que nos encontros alguns usuários expressavam seus sentimentos e as dificuldades encontradas foram superadas, favorecendo a inclusão social, a autonomia, a geração de renda e a melhoria na qualidade de vida de cada um. Torna-se premente a necessidade de implementação de políticas públicas municipais que promovam a articulação entre saúde mental e economia solidaria, a sensibilização da sociedade e dos gestores municipais, contribuindo para reflexões acerca do cuidado em saúde as pessoas em sofrimento psíquico e seu processo de autonomia e (re)inserção social.