Encontros e desencontros do tornar-se/ser orientadora educacional: histórias de vida e fracasso escolar.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ESTRELA, Karla Alexandra Dantas Freitas.
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35885
Resumo: Esta pesquisa teve como objeto de estudo a constituição da identidade de orientadoras educacionais, a partir de uma abordagem (auto)biográfica . O objetivo central foi analisar a constituição do se tornar e do ser orientadora educacional da rede pública municipal de ensino da cidade de Campina Grande – PB , tecendo relações entre essas histórias de vida e suas práticas orientadoras, principalmente quanto ao fracasso escolar. Nesse universo, atuam 44 profissionais. A amostra foi constituída por uma seleção gradual que procurou intencionalmente integrar casos extremos e uma variação máxima, tendo em vista: (a) orientadoras sem e com experiência docente; (b) de diferentes idades; (c) de diferentes regiões geográficas da cidade. A amostra resultou em 13 professoras, assim distribuídas: 7 orientadoras com experiência docente, com idade média de 46 anos, e 6 professoras sem experiência docente, com idade média de 36 anos. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, em uma abordagem narrativa, que foram transcritas na íntegra. A análise dos dados foi realizada através de mapas de associação das ideias, em uma análise integrada de leituras horizontais e verticais. Verificou-se que o se tornar orientadora educacional decorre para um subgrupo da influência de orientadoras educacionais na história de vida escolar das entrevistadas ou, para outro subgrupo, da escolha entre as habilitações do curso de Pedagogia, mediante identificação com as disciplinas. Quanto ao investimento afetivo, esse movimento está relacionado às identificações ou mesmo às contraidentificações (contraposicionamentos) do que é ser (ou se propalava ser, no caso na formação profissional) orientador educacional, em uma abordagem crítica ou alternativa aos modelos impostos ou alvo de observações. Uma recorrência em todas as entrevistas é a expressão “com o aluno”, “corpo-a-corpo”, “contato com o aluno”, sinalizando para uma atividade que aloca nos estudantes o sentido do se tornar orientadora educacional. Apesar desse vínculo nos discursos sobre o tornar-se, nos discursos sobre o ser orientadora educacional, há uma tendência entre os sujeitos com menos idade, sem experiência docente e também entre os mais qualificados, na defesa de que o trabalho deve se centrar não apenas no alunado, mas também no corpo docente e nas famílias, sendo esses últimos os mais culpabilizados em sua atuação na vida escolar dos alunos, pelo fracasso escolar. Pode-se concluir na ocorrência de influências geracionais e de formação acadêmica no que respeita a defesa da amplitude do trabalho da orientação educacional por parte desses últimos sujeitos, apontando para a própria evolução histórica orientação educacional no Brasil, como também que por mais que os discursos se apresentem com ideias libertadoras, sempre surge um toque inclinado às concepções da teoria de carência cultural.
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