Linguagem fílmica sobre o Brasil oitocentista: o filme Mauá como proposta pedagógica no ensino superior.

• Autor(a) principal: MENEZES, Danilo Wilson Lemos.
• Data de Publicação: 2011
• Outros Autores: ROCHA, Solange Pereira da.
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34980
• topic: História e cinema; Cinema e história; Linguagem fílmica; Brasil oitocentista; Mauá: O Imperador e o Rei - filme; Recurso didático - filme; História do Brasil oitocentista - filme; Brasil imperial; Proposta pedagógica - ensino superior; History and cinema; Cinema and history; Filmic language; 19th century Brazil; Mauá: The Emperor and the King - film; Teaching resource - film; History of nineteenth-century Brazil - film; Imperial Brazil; Pedagogical proposal - higher education; História.

Este trabalho resultou das atividades de monitoria desenvolvidas durante o primeiro semestre de 2011, na disciplina Historia do Brasil II, cujo recorte temporal vai desde o processo de descolonização e emancipação política do Brasil, no início do século XIX, em 1822, até a desagregação do regime monárquico (1889). Dentre os objetivos gerais da disciplina estavam as análises da historiografia e dos conteúdos históricos do século XIX, cujo programa estava organizado em cinco unidades, nas quais foram evidenciados o processo de Independência, a política no século XIX, as mudanças nas relações do trabalho escravo para o livre, a cultura das elites e das camadas populares, bem como as experiências humanas de vários sujeitos históricos como povos indígenas, população negra (escravizada, livre e liberta) e mulheres, conforme previsto na recente legislação educacional, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (1996), nos Referenciais Curriculares do Ensino Fundamental do Estado da Paraíba (2010) e nas Leis 10.639/2003 (História da África e Cultura Afrobrasileira), 11.645/2008 (História e Cultura dos povos indígenas) e 11.340/2006 (Maria da Penha). Como metodologia, destacamos que ao longo do desenvolvimento da disciplina, além de serem apresentadas as possibilidades de pesquisa sobre temas do período monárquico, com enfoque na história social e na cultural, também se procurou preparar os alunos do curso de licenciatura em História para atuar na educação básica, a partir da análise de livros didáticos e adequação dos conteúdos históricos a uma linguagem didática, de forma a estabelecer diálogo com estudantes da educação escolar na futura práxis docente e a utilização de recursos pedagógicos para aprender e ensinar história. É inserido neste último enfoque que desenvolvemos uma proposta pedagógica com o filme histórico Mauá, o imperador e o rei (1999), que foi utilizado como recurso metodológico na disciplina. O trabalho com este recurso visual, ultrapassando a intenção de facilitar a apreensão dos conteúdos e do conhecimento, serviu de maneira a fomentar o debate em sala de aula sobre o uso dessas metodologias midiáticas no ensino e na pesquisa, visando inclusive, no futuro, a aplicação desse recurso metodológico em âmbito escolar pelos futuros professores. Vale salientar que nos Referenciais Curriculares do Ensino Fundamental: Ciências Humanas, Ensino Religioso e Diversidade Sociocultural (2010) as autoras discutiram a utilização de “metodologias e técnicas de ensino” que os professores podem ter em mãos de forma a possibilitar a apresentação da história sob várias linguagens, a exemplo do “recurso da mídia”. Sendo considerada parte do “universo midiático” que o mundo contemporâneo produziu, e uma ferramenta pedagógica indispensável para se abordar os conteúdos históricos3. Neste sentido, como mencionado, utilizamos como recurso de mídia o filme histórico Mauá: o Imperador e o Rei, cujo tema diz respeito ao período em estudo e no qual se discorre sobre um personagem emblemático – Mauá – e suas relações sociais e políticas, cuja reconstrução histórica nos apresenta uma “representação da realidade” (GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA, 2010) ou “impressão da realidade” – principal questão do interesse do historiador ou professor de história que se propõe a utilizar esses recursos, como sugere Regina Behar4 – do Brasil Oitocentista, oferecida por um olhar de um cineasta do século XX, enquanto “produto cultural” (BEHAR, 2000, p. 12) de uma determinada sociedade em um determinado contexto.