Uma (Psic)análise de A Confissão de Lúcio de Mário de Sá-Carneiro: uma leitura entre a Psicanálise e a Literatura.

• Autor(a) principal: GAMA, Juliana Fonsêca de Almeida.
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28572
• topic: Literatura; Literatura e Psicanálise; Literature and Psychoanalysis; Romance português - Mário de Sá-Carneiro; Portuguese novel - Mário de Sá-Carneiro; Mário de Sá-Carneiro - A confissão de Lúcio; Mário de Sá-Carneiro - Lucio's Confession; Literatura portuguesa - romance; Portuguese Literature - Romance; Análise literária; Literary analysis

A confissão de Lúcio, conhecida como a obra-prima do autor português Mário de Sá- Carneiro, abre as portas, durante todo o seu desenrolar, para diversas interpretações. Neste trabalho, guiados por uma delas, propomo-nos a apresentar um olhar e/ou leitura que toca as metáforas psicanalíticas, interseccionando, para tanto, a interpretação como análise literária e a interpretação como análise psicanalítica do texto. Nesse sentido, partimos, metodologicamente, para trabalhos frequentes de leitura, discussão e interpretação da obra. Estes, trouxeram-nos a noção de que A Confissão não permite afirmações definitivas. Além disso, percebeu-se que essa falta de afirmações definitivas finda por causar no leitor em busca de sentidos lógicos, um profundo estado de dúvida encantador e envolvente, que acaba conduzindo-o ao encontro com o modo introspectivo e questionador que Sá-Carneiro tinha de pensar o mundo e as relações. Fica claro, também, que o incômodo com a dinâmica cotidiana da vida, questão se transparece na obra, diz do próprio movimento modernista, colaborado historicamente pelo espírito decadentista e pelo movimento simbolista, momentos históricos dos quais o autor ativamente fez parte. Nessa interlocução, entre a vida e obra, fomos tomados por questionamentos e implicações como: de quem é a confissão desta narrativa na verdade? De Lúcio? De Ricardo? Ou do próprio Sá-Carneiro? Lúcio de fato teve um relacionamento com Marta? Houve uma relação homossexual entre Lúcio e Ricardo? Marta existia de fato? Lúcio está delirando? Marta foi morta? Quem matou Marta?. Buscou-se, então, discuti-las, uma vez que a obra findou por assumir seu caráter próprio de literatura no momento em que se tornou, como colocou Souza Jr (2011, p.125), uma questão.