Avaliação de resistência cruzada e efeito da ciclosporina A em populações de Rhipicephalus microplus resistentes a lactonas macrocíclicas no Semiárido Nordestino.

• Autor(a) principal: FERREIRA, Larissa Claudino.
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33911
• topic: Carrapatos; Acaricidas; Ciclosporina; Lactonas macrocíclicas; Ticks; Acaricides; Cyclosporine; Macrocyclic lactones; Medicina Veterinária.

O carrapato dos bovinos, Rhipicephalus microplus, é o ectoparasita hematófago de maior impacto econômico e sanitário para a bovinocultura do Brasil. O método de controle deste parasito mais utilizado é a aplicação de acaricidas químicos sintéticos, com destaque para as drogas da classe das lactonas macrocíclicas, como ivermectina. Há diferentes mecanismos envolvidos na resistência a antiparasitários, incluindo a atividade aumentada de bombas de efluxo celular como os transportadores de membrana tipo ABC (ATP binding cassetes), que auxiliam na desintoxicação celular dos parasitos, causando resistência às drogas. Este mecanismo de resistência já foi descrito em populações de R. microplus resistentes à ivermectina. Pelo fato das lactonas macrocíclicas serem compostos semelhantes, foi investigada a hipótese de existência de resistência cruzada entre diferentes fármacos deste grupo (ivermectina, eprinomectina e moxidectina) e da participação dos transportadores ABC como o mecanismo de resistência envolvido. Foram analisadas quatro populações de R. microplus resistentes, provenientes da Região Semiárido do Nordeste do Brasil, dos Estados da Paraíba e do Ceará, sendo duas propriedades de cada Estado. Para isso, foram executados Testes de Imersão Larval com e sem o uso de Ciclosporina A (CsA), um inibidor de transportadores ABC, comparando com a cepa susceptível e de referência Porto Alegre, observando o sinergismo entre CsA e ivermectina, eprinomectina e moxidectina nessas populações. Entre as populações analisadas, foi observada a resistência cruzada entre moxidectina e ivermectina, mas não entre a ivermectina e a eprinomectina. A CsA atuou como sinergista, reduzindo as doses letais de ivermectina e moxidectina, mas não da eprinomectina. Conclui­se que a resistência cruzada entre a ivermectina e a moxidectina pode estar associada à atividade aumentada de atividade de transportadores ABC.