Plantas tóxicas que afetam o sistema nervoso: intoxicação por Ipomoea asarifolia em caprinos e ovinos; intoxicação por Hipochaeris radicata em cavalos.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ARAUJO, José Allan Soares de.
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25381
Resumo: Ipomoea asarifolia causa uma síndrome tremorgênica em ovinos, caprinos, bovinos e búfalos. Este experimento teve como objetivos determinar a toxicidade para caprinos de I. asarifolia verde, colhidas nas épocas de chuva e de estiagem, e da planta seca triturada, determinar a toxicidade da planta para ovinos; e determinar se o princípio ativo da planta é eliminado pelo leite em doses tóxicas para os cordeiros. No primeiro experimento a planta fresca colhida na época de estiagem e na época de chuvas, foi administrada a 16 caprinos. A planta colhida na estiagem foi tóxica na dose diária de 5 e 10g por kg de peso vivo (g/kg pv). A planta colhida na época de chuva foi tóxica na dose diária de 20 e 30g/kg pv, demonstrando que a planta é mais tóxica durante o período seco. A planta seca, colhida na época de estiagem foi administrada a 9 caprinos em doses diárias de 1.7, 2, 3.4 e 5.1 g/kg pv. Doses de 3, 4 e 5.1g/kg pv causaram sinais clínicos, demonstrando que a planta mantém a toxicidade após a secagem. A planta fresca colhida na época de estiagem e na época de chuvas foi administrada a 10 ovinos. A planta colhida na estiagem foi tóxica na dose diária de 5g/kg pv e na época de chuva foi tóxica nas doses de 10 e 20 g/kg pv. Estes resultados sugerem a maior susceptibilidade dos ovinos à intoxicação do que os caprinos. Como alguns produtores mencionam que cordeiros lactentes que não estão pastando se intoxicam através do leite, I. asarifolia foi administrada diariamente nas doses de 2.5, 5 e 10g/kg a 5 ovelhas, a partir do dia do parto (2 ovelhas), do último dia de prenhez (1 ovelha) e 60 dias antes da parição (2 ovelhas). As ovelhas, mas não os cordeiros, apresentaram sinais clínicos, sugerindo que o princípio ativo da planta não é eliminado no leite ou colostro em doses tóxicas para os cordeiros. Em um ovino eutanasiado não foram observadas lesões macroscópicas nem histológicas. Os achados ultra-estruturais mais significativos foram encontrados nos dendritos das células de Purkinje e incluíam tumefação, decréscimo ou ausência das espículas dendríticas, diminuição ou ausência de neuro túbulos e neurofilamentos, vacuolizações do dendro plasma, tumefação do retículo endoplasmático liso e inclusões eletro-densas no dendro plasma. Tumefação dos processos astrocitários era bastante evidente. Sugere-se que Ipomoea asarifoliapossui uma toxina que induz excito toxicidade acompanhada de distúrbios neurológicos e alterações morfológicas nos dendritos das células de Purkinje.
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Este experimento teve como objetivos determinar a toxicidade para caprinos de I. asarifolia verde, colhidas nas épocas de chuva e de estiagem, e da planta seca triturada, determinar a toxicidade da planta para ovinos; e determinar se o princípio ativo da planta é eliminado pelo leite em doses tóxicas para os cordeiros. No primeiro experimento a planta fresca colhida na época de estiagem e na época de chuvas, foi administrada a 16 caprinos. A planta colhida na estiagem foi tóxica na dose diária de 5 e 10g por kg de peso vivo (g/kg pv). A planta colhida na época de chuva foi tóxica na dose diária de 20 e 30g/kg pv, demonstrando que a planta é mais tóxica durante o período seco. A planta seca, colhida na época de estiagem foi administrada a 9 caprinos em doses diárias de 1.7, 2, 3.4 e 5.1 g/kg pv. Doses de 3, 4 e 5.1g/kg pv causaram sinais clínicos, demonstrando que a planta mantém a toxicidade após a secagem. A planta fresca colhida na época de estiagem e na época de chuvas foi administrada a 10 ovinos. A planta colhida na estiagem foi tóxica na dose diária de 5g/kg pv e na época de chuva foi tóxica nas doses de 10 e 20 g/kg pv. Estes resultados sugerem a maior susceptibilidade dos ovinos à intoxicação do que os caprinos. Como alguns produtores mencionam que cordeiros lactentes que não estão pastando se intoxicam através do leite, I. asarifolia foi administrada diariamente nas doses de 2.5, 5 e 10g/kg a 5 ovelhas, a partir do dia do parto (2 ovelhas), do último dia de prenhez (1 ovelha) e 60 dias antes da parição (2 ovelhas). As ovelhas, mas não os cordeiros, apresentaram sinais clínicos, sugerindo que o princípio ativo da planta não é eliminado no leite ou colostro em doses tóxicas para os cordeiros. Em um ovino eutanasiado não foram observadas lesões macroscópicas nem histológicas. Os achados ultra-estruturais mais significativos foram encontrados nos dendritos das células de Purkinje e incluíam tumefação, decréscimo ou ausência das espículas dendríticas, diminuição ou ausência de neuro túbulos e neurofilamentos, vacuolizações do dendro plasma, tumefação do retículo endoplasmático liso e inclusões eletro-densas no dendro plasma. Tumefação dos processos astrocitários era bastante evidente. Sugere-se que Ipomoea asarifoliapossui uma toxina que induz excito toxicidade acompanhada de distúrbios neurológicos e alterações morfológicas nos dendritos das células de Purkinje.Ipomoea asarifolia causes a tremogenic syndrome in sheep, goats, cattle and buffaloes. The objectives of this experiment were to determine the toxicity to goats of fresh I. asarifolia collected during the raining and dry season, to determine the toxicity of the dry plant, to determine the toxicity of the plant to sheep, and to determine if the active principle is eliminated through milk. In the first experiment the plant collected in the dry and raining season was fed to 16 goats. The plant collected during the dry season causes clinical signs at the daily doses of 5 and 10g per kg body weight (g/kg bw). The plant collected during the raining season was toxic at the daily doses of 20 and 30g/kg bw, demonstrating that the plant is more toxic during the dry period. The dry plant collected in the dry season was fed to 9 goats at doses of 1.7, 2, 3.4 and 5.1 g/kg bw. Daily doses of 3, 4 and 5.1g/kg bw cause clinical signs, demonstrating that the plant maintains its toxicity after being dry. The fresh plant collected during the dry and raining season was fed to 10 sheep. The plant collected in the dry season was toxic at the dose of 5g/kg bw, and the plant collected in the raining season was toxic at the doses of 10 and 20 g/kg bw. These results suggest that sheep are more susceptible that goats to the intoxication. Because some farmers mentioned that young lactating, non grazing, lambs are poisoned by milk ingestion, I. asarifolia was fed at daily doses of 2.5, 5 and 10g/kg bw for variable periods to 5 sheep from the day of parturition (2 sheep), after the last day of pregnancy (1 sheep) and 60 days before parturition (2 sheep). The sheep but not the lambs showed clinical signs of intoxication suggesting that the active principle is not eliminated through the milk at toxic doses for the lambs. In one sheep euthanized there were no gross or histologic lesions. The main ultrastructural findings were found in Purkinje cell dendrites and included swelling, decrease or absence of dendritic spines, decrease or absence of neurotubules and neurofilaments and vacuolation of the dendroplasm. Swelling of the smooth endoplasmic reticulum and granular eletrondense inclusions in dendroplasm were observed. Swelling of the astrocyte foot processes was conspicuous. It is proposed that Ipomoea asarifolia have a toxin that induces excitotoxicity with neurological disturbances and morphological changes in Purkinje cell dendrites.CNPqUniversidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTRPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMALUFCGAMARAL, Franklin Riet Correa.AMARAL, F. R. C.http://lattes.cnpq.br/4742586492304200RIVERO, Gabriela Riet Correa.SILVA, José Augusto Basto Afonso da.ARAUJO, José Allan Soares de.2008-03-242022-05-31T17:19:54Z2022-05-312022-05-31T17:19:54Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25381ARAUJO, José Allan Soares de. Plantas tóxicas que afetam o sistema nervoso: intoxicação por Ipomoea asarifolia em caprinos e ovinos; intoxicação por Hipochaeris radicata em cavalos. 2008. 44f. (Dissertação de Mestrado), Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária de Ruminantes e Equídeos, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande - Patos - Paraíba - Brasil, 2008. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25381porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2022-05-31T17:20:40Zoai:localhost:riufcg/25381Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512022-05-31T17:20:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
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