A crise ambiental no semiárido: a perspectiva do pensamento sistêmico.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CUNHA, Belinda Pereira.
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: SILVA, José Irivaldo Alves Oliveira.
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33514
Resumo: Vive-se um momento no planeta que aponta para a necessidade de ações urgentes de preservação do meio ambiente. Contudo, os tomadores de decisão não agem com a velocidade compatível com essa urgência, justificando como atraso dessas ações, principalmente, os seguintes fatores: a falta de orçamento e de profissionais capacitados. Esse fato demonstra que os governos, especialmente os municipais, têm pouca capacidade em desenvolverem uma política ambiental local conecta com as novas demandas globais de preservação ambiental e compatível com modelos de desenvolvimento sustentável. Essas ações podem ser concretizadas ao se desenvolverem políticas públicas alinhadas a uma agenda ambiental urgente. Não se pode negar a existência de uma crise ambiental, que demanda uma ação conjunta, sistêmica e integrada que envolve diversos atores, públicos e privados, os quais juntos devem decidir os caminhos a serem trilhados para solucionar esse problema. Nessa crise, há fenômenos originados da ação humana que não podem ser dissociados, tais como: a poluição, a escassez de água, a degradação do solo, o desmatamento, as queimadas, a extinção de espécies, a desertificação, a disposição de resíduos sólidos, a geração de energia, entre outros. Logo, esses fatos devem ser questionados para se elaborar um conjunto de ações que tenham como finalidade a preservação da vida. E essa é uma questão a ser enfrentada por intelectuais, estudiosos, pesquisadores e gestores públicos.Com base nessas questões preliminares, este capítulo se desenvolve a partir da seguinte pergunta: é possível pensar os problemas ambientais do Semiárido brasileiro da forma tradicional, ou se faz necessário avançar-se para um viés analítico de caráter sistêmico? Assim o poder público é instado a apresentar soluções, pois tem grande parcela dessa responsabilidade. Essa análise torna-se desafiadora quando se propõe estudá-la no contexto do Semiárido, região composta por diversos territórios, onde há escassez de recursos, especialmente de água. Num contexto de mudanças climáticas, esse processo de complexificação ambiental se agudiza. Nesse contexto, Rodell et al. (2018) mapearam as regiões do mundo que sofrerão o impacto dessas mudanças, principalmente, nas reservas de água doce das regiões áridas e semiáridas. De acordo com a Figura 1, nas regiões em vermelho, a crise hídrica será crítica; e do alaranjado ao vermelho, a crise hídrica tende a piorar. O Brasil, por exemplo, já vem sofrendo esses efeitos, notadamente na região de atuação da transposição do Rio São Francisco. Diante disso, é preciso um planejamento de políticas públicas ambientais voltadas para esse “novo” estatus quo, visando à formação de espaços resilientes. O presente capítulo adotará uma abordagem crítica sociojurídica, numa visão transdisciplinar. Nele pontuará algumas evidências acerca da crise ambiental presente no cotidiano dos territórios do Semiárido, a qual será analisada no contexto de um pensamento sistêmico, para promover soluções socioambientais e sociotécnicas.
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Contudo, os tomadores de decisão não agem com a velocidade compatível com essa urgência, justificando como atraso dessas ações, principalmente, os seguintes fatores: a falta de orçamento e de profissionais capacitados. Esse fato demonstra que os governos, especialmente os municipais, têm pouca capacidade em desenvolverem uma política ambiental local conecta com as novas demandas globais de preservação ambiental e compatível com modelos de desenvolvimento sustentável. Essas ações podem ser concretizadas ao se desenvolverem políticas públicas alinhadas a uma agenda ambiental urgente. Não se pode negar a existência de uma crise ambiental, que demanda uma ação conjunta, sistêmica e integrada que envolve diversos atores, públicos e privados, os quais juntos devem decidir os caminhos a serem trilhados para solucionar esse problema. Nessa crise, há fenômenos originados da ação humana que não podem ser dissociados, tais como: a poluição, a escassez de água, a degradação do solo, o desmatamento, as queimadas, a extinção de espécies, a desertificação, a disposição de resíduos sólidos, a geração de energia, entre outros. Logo, esses fatos devem ser questionados para se elaborar um conjunto de ações que tenham como finalidade a preservação da vida. E essa é uma questão a ser enfrentada por intelectuais, estudiosos, pesquisadores e gestores públicos.Com base nessas questões preliminares, este capítulo se desenvolve a partir da seguinte pergunta: é possível pensar os problemas ambientais do Semiárido brasileiro da forma tradicional, ou se faz necessário avançar-se para um viés analítico de caráter sistêmico? Assim o poder público é instado a apresentar soluções, pois tem grande parcela dessa responsabilidade. Essa análise torna-se desafiadora quando se propõe estudá-la no contexto do Semiárido, região composta por diversos territórios, onde há escassez de recursos, especialmente de água. Num contexto de mudanças climáticas, esse processo de complexificação ambiental se agudiza. Nesse contexto, Rodell et al. (2018) mapearam as regiões do mundo que sofrerão o impacto dessas mudanças, principalmente, nas reservas de água doce das regiões áridas e semiáridas. De acordo com a Figura 1, nas regiões em vermelho, a crise hídrica será crítica; e do alaranjado ao vermelho, a crise hídrica tende a piorar. O Brasil, por exemplo, já vem sofrendo esses efeitos, notadamente na região de atuação da transposição do Rio São Francisco. Diante disso, é preciso um planejamento de políticas públicas ambientais voltadas para esse “novo” estatus quo, visando à formação de espaços resilientes. O presente capítulo adotará uma abordagem crítica sociojurídica, numa visão transdisciplinar. 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