O cotidiano nas crônicas sobre a cidade: Fortaleza nas décadas iniciais do século XX.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34445 |
Resumo: | Dentre as variadas possibilidades de acesso ao fenômeno urbano, optamos por seguir aqui as narrativas elaboradas pelos sujeitos que viviam, viam e descreviam o cotidiano da cidade, ou seja, os cronistas, pois sua narrativa é filha da modernidade, visto que se caracteriza através de sua velocidade tanto de produção como de consumo, sendo a velocidade, justamente, um aspecto extremamente ligado à modernidade. Além disso, no que concerne á crônica, seu tempo é o ―tempo do agora‖. A importância da crônica para o historiador do presente, em sua ânsia por apreender as sensibilidades passadas, consiste em vislumbrar nestas narrativas os registros sensíveis de um determinado tempo, o ―tempo do agora‖ de quem descreve em seu dia-a-dia o modo como os homens percebiam a si mesmos e o mundo em redor. As crônicas podem ser consideradas relevantes documentos na labuta empreendida pelo historiador porque se estabelecem enquanto elementos que descrevem as novidades desse momento de transformações, transformações estas advindas em Fortaleza principalmente nas décadas iniciais do século XX e advindas conjuntamente e em virtude, sobretudo, da modernidade. Visando a remodelação da cidade e a disciplinarização da população, intervenções no espaço tornaram-se prementes, porquanto na intervenção, ordem urbana e ordem social são articuladas. Sendo assim, o ―agora‖ dos cronistas mostra-se a nós, multifacetado e contraditório, sendo que muitas das contradições são surgidas com o advento da modernidade. A ordem que se institui com estas transformações, portanto, é uma ordem urbanística, que para ser eficaz visa não somente a uma remodelação urbana, mas também a uma disciplinarização da população, sendo todos esses elementos inseridos em um contexto onde a modernidade exerce a função de fomentadora. Assim sendo, na contextura espaço-temporal aqui delimitada, ou seja, a capital cearense nas décadas iniciais do século passado, ordem, disciplina, controle e civilização, além de seus opostos, só fazem sentido quando inseridos no âmbito da modernidade. E para entrevermos aspetos dessa modernidade, que se inseria no dia-a-dia da cidade e produzia mudanças e adaptações na vivência cotidiana dos citadinos, recorremos às crônicas. |
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O cotidiano nas crônicas sobre a cidade: Fortaleza nas décadas iniciais do século XX.Daily life in chronicles about the city: Fortaleza in the early decades of the 20th century.Fortaleza - CE - século XXCrônicas sobre a cidade - FortalezaHistória da cidade - Fortaleza - CECotidiano e crônicasCronistasCrônica como fonte históricaFortaleza - CE - 20th centuryChronicles about the city - FortalezaHistory of the city - Fortaleza - CEDaily life and chroniclesChroniclersChronicle as a historical sourceHistória.Dentre as variadas possibilidades de acesso ao fenômeno urbano, optamos por seguir aqui as narrativas elaboradas pelos sujeitos que viviam, viam e descreviam o cotidiano da cidade, ou seja, os cronistas, pois sua narrativa é filha da modernidade, visto que se caracteriza através de sua velocidade tanto de produção como de consumo, sendo a velocidade, justamente, um aspecto extremamente ligado à modernidade. Além disso, no que concerne á crônica, seu tempo é o ―tempo do agora‖. A importância da crônica para o historiador do presente, em sua ânsia por apreender as sensibilidades passadas, consiste em vislumbrar nestas narrativas os registros sensíveis de um determinado tempo, o ―tempo do agora‖ de quem descreve em seu dia-a-dia o modo como os homens percebiam a si mesmos e o mundo em redor. As crônicas podem ser consideradas relevantes documentos na labuta empreendida pelo historiador porque se estabelecem enquanto elementos que descrevem as novidades desse momento de transformações, transformações estas advindas em Fortaleza principalmente nas décadas iniciais do século XX e advindas conjuntamente e em virtude, sobretudo, da modernidade. Visando a remodelação da cidade e a disciplinarização da população, intervenções no espaço tornaram-se prementes, porquanto na intervenção, ordem urbana e ordem social são articuladas. Sendo assim, o ―agora‖ dos cronistas mostra-se a nós, multifacetado e contraditório, sendo que muitas das contradições são surgidas com o advento da modernidade. A ordem que se institui com estas transformações, portanto, é uma ordem urbanística, que para ser eficaz visa não somente a uma remodelação urbana, mas também a uma disciplinarização da população, sendo todos esses elementos inseridos em um contexto onde a modernidade exerce a função de fomentadora. Assim sendo, na contextura espaço-temporal aqui delimitada, ou seja, a capital cearense nas décadas iniciais do século passado, ordem, disciplina, controle e civilização, além de seus opostos, só fazem sentido quando inseridos no âmbito da modernidade. E para entrevermos aspetos dessa modernidade, que se inseria no dia-a-dia da cidade e produzia mudanças e adaptações na vivência cotidiana dos citadinos, recorremos às crônicas.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20092024-02-09T21:20:37Z2024-02-092024-02-09T21:20:37Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34445OLIVEIRA, José de Arimatéa Vitoriano de; ARAÚJO, Erick Assis de. O cotidiano nas crônicas sobre a cidade: Fortaleza nas décadas iniciais do século XX. In: I Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Diálogos Interdisciplinares. GT 04 - Diálogos da História com a Literatura. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 1º, 2009. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2009. p. 1-10. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34445porOLIVEIRA, José de Arimatéa Vitoriano de.ARAÚJO, Erick Assis de.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-02-09T21:21:01Zoai:localhost:riufcg/34445Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-02-09T21:21:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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Dentre as variadas possibilidades de acesso ao fenômeno urbano, optamos por seguir aqui as narrativas elaboradas pelos sujeitos que viviam, viam e descreviam o cotidiano da cidade, ou seja, os cronistas, pois sua narrativa é filha da modernidade, visto que se caracteriza através de sua velocidade tanto de produção como de consumo, sendo a velocidade, justamente, um aspecto extremamente ligado à modernidade. Além disso, no que concerne á crônica, seu tempo é o ―tempo do agora‖. A importância da crônica para o historiador do presente, em sua ânsia por apreender as sensibilidades passadas, consiste em vislumbrar nestas narrativas os registros sensíveis de um determinado tempo, o ―tempo do agora‖ de quem descreve em seu dia-a-dia o modo como os homens percebiam a si mesmos e o mundo em redor. As crônicas podem ser consideradas relevantes documentos na labuta empreendida pelo historiador porque se estabelecem enquanto elementos que descrevem as novidades desse momento de transformações, transformações estas advindas em Fortaleza principalmente nas décadas iniciais do século XX e advindas conjuntamente e em virtude, sobretudo, da modernidade. Visando a remodelação da cidade e a disciplinarização da população, intervenções no espaço tornaram-se prementes, porquanto na intervenção, ordem urbana e ordem social são articuladas. Sendo assim, o ―agora‖ dos cronistas mostra-se a nós, multifacetado e contraditório, sendo que muitas das contradições são surgidas com o advento da modernidade. A ordem que se institui com estas transformações, portanto, é uma ordem urbanística, que para ser eficaz visa não somente a uma remodelação urbana, mas também a uma disciplinarização da população, sendo todos esses elementos inseridos em um contexto onde a modernidade exerce a função de fomentadora. Assim sendo, na contextura espaço-temporal aqui delimitada, ou seja, a capital cearense nas décadas iniciais do século passado, ordem, disciplina, controle e civilização, além de seus opostos, só fazem sentido quando inseridos no âmbito da modernidade. E para entrevermos aspetos dessa modernidade, que se inseria no dia-a-dia da cidade e produzia mudanças e adaptações na vivência cotidiana dos citadinos, recorremos às crônicas. |
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