A implantação da ferrovia em Campina Grande: mitos e versões.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ARANHA, Gervácio Batista.
Data de Publicação: 1985
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28368
Resumo: O trabalho é composto por três capítulos. O primeiro, ao abordar a associação entre a ferrovia e a ideia de progresso, pretende demonstrar os equívocos presentes ao nível do discurso dominante na historiografia "tradicional", conquanto esse discurso encara essa associação como uma relação puramente causal, negando, deste modo, que a história é um todo orgânico, possuindo um caráter de processo, Para contrapor considerações a esse discurso dominante, far-se-a uso de um discurso crítico, não "eivado" de proposições mitificadoras. Outra conotação metodológica ainda inerente ao primeiro capítulo é a de que será feita uma gama de generalização: isto porque as informações analisadas visam traçar um quadro bastante heterogêneo, ora fazendo referências a um continente, ora a um país, região ou cidade. Assim, os questionamentos levantados na parte inicial do trabalho não focalizam uma ferrovia em particular, mas a ferrovia enquanto fenômeno global. Saliente, contudo, que não deixaremos de estabelecer o necessário liame entre o geral e o particular, ou seja, Campina Grande se´ra contemplada como parte ingrante daquele fenômeno global. O segundo capítulo, mas específico, trata dos controvertidos interesses relacionados com a construção de um ramal ferroviário para Campina Grande. enquanto alguns pretendiam uma ligação ferroviária Itabaiana - Campina, outros reivindicavam uma ligação entre esta última e Alagoa Grande. Trata-se , para uma melhor elucidação do problema, de transmitir uma "visão de dentro" contrapondo-se a uma "visão de fora". Ocorre que os partidários da ligação ferroviária com Itabaiana eram primordialmente os poderosos grupos econômicos radicados em Campina. Eram estes que, ao exporem seus argumentos, manifestavam uma "visão de dentro", isto é, uma visão que expressava os interesses dos grupos dominantes situados nos próprios bojo da cidade que reivindicava o benefício ferroviário. Já os que saiam em defesa da ligação com Alagoa Grande entre os quais os destacavam os comerciantes pessoenses, manisfestavam uma "visão de fora" ou para usar de maior objetividade, uma visão contrária aos interesses de Campina. Além disso, as controvérsias acerca daquelas ligações ferroviárias são analisadas como partes integrantes de um conflito de maior envergadura e historicamente reconhecido. Referimo-nos ao secular conflito Paraíba - Pernambuco. O terceiro capítulo, com o título de "Ponta de Trilho em Empório Comercial", tem como ponto nevrálgico a chegada da ferrovia em 1907. A partir deste dado concreto faz-se um rápido esborço comparativo entre os períodos "anti" e "pós" ferrovia, possibilitando, assim, identificar a posição hegemônica ocupada por Campina no contexto da Paraíba. Posição hegemônica que se deveu precipuamente à íntima ligação entre a ferrovia e o algodão. Por último, são tecidas algumas considerações sobre as relações sociais de produção vigentes no seio da estrutura fundiária do município, permitindo, por exemplo, a constatação de que a riqueza produzida não era revertida em função da totalidade social. Este fato relaciona-se diretamente com as questões seguintes: quem ficava com os lucros oriundos do próspero comércio campinense? A quem realmente a ferrovia beneficiava? Ou então: progresso para todos?
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Saliente, contudo, que não deixaremos de estabelecer o necessário liame entre o geral e o particular, ou seja, Campina Grande se´ra contemplada como parte ingrante daquele fenômeno global. O segundo capítulo, mas específico, trata dos controvertidos interesses relacionados com a construção de um ramal ferroviário para Campina Grande. enquanto alguns pretendiam uma ligação ferroviária Itabaiana - Campina, outros reivindicavam uma ligação entre esta última e Alagoa Grande. Trata-se , para uma melhor elucidação do problema, de transmitir uma "visão de dentro" contrapondo-se a uma "visão de fora". Ocorre que os partidários da ligação ferroviária com Itabaiana eram primordialmente os poderosos grupos econômicos radicados em Campina. Eram estes que, ao exporem seus argumentos, manifestavam uma "visão de dentro", isto é, uma visão que expressava os interesses dos grupos dominantes situados nos próprios bojo da cidade que reivindicava o benefício ferroviário. 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