Culturas políticas nos trópicos setecentistas: elites locais, poderes e espaços na capitania da Paraíba.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CHAVES JÚNIOR, José Inaldo.
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: CATARINO, Acácio J. Lopes.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34377
Resumo: Recentemente, a historiografia presenciou um progressivo alargamento do campo do político, integrando novas dimensões analíticas e novos objetos de estudo. Uma das proposições mais importantes desta renovação foram os intercâmbios da história com outras disciplinas, a exemplo da ciência política, da psicologia, da lingüística e da antropologia. As aproximações de uma renovada história política com a antropologia e os estudos culturais produziram uma linha profícua de análises que levam em consideração recortes até então negligenciados, como as sociabilidades, os imaginários e os comportamentos políticos. Assim, o encontro entre a história e o conceito de cultura política se deu pela afirmação da história cultural e de seu aporte teórico que demarcaram, para os estudos históricos, a crise paradigmática dos conceitos macro-sociológicos e seus possíveis determinismos. Deste modo, estão na base da categoria cultura política os conceitos de representação e imaginário, numa clara tentativa de resgate das subjetividades e individualidades no campo do conhecimento histórico. Noutros termos, trata-se de valorizar a complexidade da vida social, buscando compreender como a sociedade interpreta, elabora e vivencia suas instituições e práticas políticas. Neste trabalho optamos por utilizar o conceito de cultura política na compreensão das interfaces de poderes do Antigo Regime português, nomeadamente no seu recorte lusobrasileiro no Setecentos. Este conceito é especialmente útil por sobrelevar a alteridade da época moderna, marcada por concepções de poder e sociedade diametralmente distintas das atuais. Neste sentido, as relações não-dicotomizadas entre Estado e sociedade passam a considerar a composição dos micro-poderes em suas múltiplas espacialidades. Neste caso, trataremos das redes clientelares, de natureza político-econômica, envolvendo as elites locais das capitanias de Pernambuco e Paraíba no final do século XVIII. Como resultado de uma pesquisa de iniciação científica, apresentaremos considerações iniciais sobre a composição, atuação e circulação dos principais da terra numa época de alargamento dos grupos elitários na colônia a partir da crescente importância do capital mercantil nas relações políticas, econômicas e sociais na América portuguesa. Presenciamos uma re-leitura das estruturas políticas do Antigo Regime, tradicionalmente tratadas como gêneses do dito Estado Moderno, mas que, devido ao avanço das pesquisas, tem revelado sua especificidade histórica. Todavia, nossos livros didáticos ainda são herdeiros de visões clássicas do dito “absolutismo”. Faz-se necessário dimensionar o impacto dessas renovações no ensino de história.
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