Branqueamento do coral escleractínio síderastrea stellata dos recifescosteiros da Paraíba e taxonomia e cultivo dos microssimbiontes associados.

• Autor(a) principal: SANTANA, Jordana Kaline da Silva.
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/19270
• topic: Ciências Biológicas; Recifes de corais; Microssimbiose; Bacilarioficeas; Coral reefs; Microsymbiosis; Bacillary; los arrecifes de coral; Microsimbiosis; Bacilar; Branqueamento do coral escleractínio síderastrea stellata; Coral escleractínio síderastrea stellata; escleractínio síderastrea stellata

Este trabalho teve como objetivo monitorar o fenômeno do branqueamento e as alterações no padrão de cor do coral Síderastrea stellata dos recifes do Picãozinho, João Pessoa, PB, bem como caracterizar o ciclo anual das zooxantelas de exemplares sadios coletados durante o período de setembro de 2008 a maio de 2009. Procurou—se ainda estudar os aspectos taxonômicos e de cultivo das diatomáceas hospedadas por exemplares S. stellata coletados nos anos de 2007, 2008 e 2009, nos recifes do Cabo Branco, João Pessoa— PB. Das 560 colônias monitoradas ao longo do período de estudo, foram observadas colônias nas condições sadia, pálida, branqueada e roxa, sendo a maior frequência de ocorrência registrada para as colônias pálidas (44,5%) e a menor para as colônias roxas (5,4%). Os dados revelaram que o branqueamento e as alterações nos padrões de cores observados em S. stellata são recorrentes nos recifes do Pioãozinho, e esses fenômenos desestabilizaram a associação simbiótica entre os corais e suas zooxantelas. Foi constatado que mais de uma variável ambiental influencia no comportamento das zooxantelas associadas a S. stellata, uma vez que esses dinoflagelados exibiram padrões distintos de variação sazonal em termos de densidade populacional, índice mitótico e diâmetro celular, demonstrando com isso que as condições hidrológicas e climatológicas da área influenciam no comportamento do simbionte. S. Stellala abriga uma exuberante diversidade de diatomáceas vivendo como organismos epibiontes, tendo-se computado 1.136 espécimens dessas microalgas, pertencente a 39 gêneros, com 28 espécies identificadas. Os gêneros mais frequentes foram Amphora, Cocconeis, Cyclotela, Díploneis, Grammatophora, Paralía, Navicula, Nítzschía, Synedra, Surirella e Trachyneis. Diferenças sazonais foram encontradas, com maior número de espécies registradas no período chuvoso. Os experimentos laboratoriais efetuados com as diatomáceas Cylindroteca closterium e Entomoneis alata em cultivo demonstraram um elevado potencial de crescimento dessas espécies, que atingiram densidades populacionais consideráveis em poucos dias de cultivo. Os dados laboratoriais somados aos estudos taxonômicos demonstram que os epibontes de S. stellata são oportunistas, aproveitando rapidamente as condições nutricionais oferecidas pelo hospedeiro disponíveis no muco por ele excretado. Foram observadas diferenças sazonais na população desses microorganismos quando os períodos de seca e chuva foram analisados, sendo que no período de seca houve uma considerável redução na quantidade das espécies encontradas associadas ao coral. Esses achados confirmam a importância desses simbiontes como bioindicadores de qualidade ambiental. O entendimento do padrão de crescimento e o rendimento máximo de diatomáceas isoladas de cnidários poderão trazer novas luzes a ecologia do hospedeiro, principalmente durante períodos de perturbações ambientais.