A escrita de si, a performance e a melancolia em O Diário de Frida Kahlo.

• Autor(a) principal: BRAGA, Dhébora Letícia Diniz.
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28680
• topic: Escrita de si; Self writing; Frida Kahlo - crítica e interpretação; Frida Kahlo - criticism and interpretation; Melancolia - Frida Kahlo; Melancholy - Frida Kahlo; Diário - Frida Kahlo; Diary - Frida Kahlo; Literatura pós-autônoma; Post-autonomous literature; Literatura

Tendo em vista a importância da escrita de si na literatura contemporânea e na literatura pós-autônoma, bem como os estudos feministas e a luta pela igualdade de gênero na contemporaneidade, o presente trabalho tem por escolha O Diário de Frida Kahlo (2015), com o intuito de contemplar os escritos de uma mulher que vivia à margem, por suas limitações físicas e emocionais, apesar de estar em um lugar de prestígio na sociedade de sua época por ser pintora e viver financeiramente bem. Nossa investigação se dá através da existência de duas ou mais personificações criadas por Frida Kahlo, através de sua vida exposta midiaticamente e sua escrita embasada de melancolia. Para estudo do corpus de pesquisa tomamos como base teórica Ludmer (2007), Klinger (2006), Schollhamer (2011), Foucault (1994), Kristeva (1989), Santos (2009) e Vasconcellos (1993). A partir da análise percebemos que a melancolia assume um papel além do âmbito emocional na escrita de Frida Kahlo; ela passa a exercer a função de cenário no texto. Além disso, percebemos também a escrita de si como performance no Diário, com o intuito de expor uma Frida desconhecida midiaticamente, mas que se expõe para o leitor no momento íntimo entre ele e o texto. A construção da personagem na narrativa também se dá através da performance; Frida Kahlo cria uma persona que diverge das características pertencentes e expostas por ela, que são ovacionadas pela mídia, mas que se afastam da personagem construída no Diário. A narrativa é considerada literatura pós-autônoma por diluir realidade e ficção, sem separá-las, além de exercer papel importante de representatividade, dando voz a quem vive à margem e precisa expor como enxerga seu próprio mundo, e como quer ser visualizada.