Um movimento milenarista no Sertão do Moxotó.

• Autor(a) principal: QUIRINO, Priscilla Pinheiro.
• Data de Publicação: 2008
• Outros Autores: AGUIAR, Sylvana Maria Brandão de.
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36725
• topic: Sertão do Moxotó - Pernambuco; Escatologia; Etno história; Messianismo; Buíque - PE - movimento messianico; Cícero José de Farias - Meu Rei - Buíque - PE; Líder religioso - Buíque - PE; Sertão do Moxotó - Pernambuco; Eschatology; Ethno history; Messianism; Buíque - PE - messianic movement; Cícero José de Farias - Meu Rei - Buíque - PE; Religious leader - Buíque - PE; História.

Este artigo é uma análise histórica sobre um movimento de cunho messiânico-milenar ocorrido no Sertão pernambucano, Sertão do Moxotó, Buíque, entre o período que se estende do final da década de 1960 ao ocaso da década de 1990 e que teve por líder Cícero José de Farias, conhecido no senso comum como Meu Rei. Como eixo central, também foi analisado os principais aspectos sociais da comunidade e da região em que ela está inserida. Procuramos, concomitantemente, apresentar as peculiaridades de tal líder, percebida em sua escatologia e em seus argumentos ético-religioso. Do ponto de vista teórico, para além de Geertz3 nos foram basilares as obras de Norman Cohn, Ana Paula T. Megiani, Russell Shedd; e Carlos Buenos Ayres. Em nossa compreensão, do ponto de vista da Etno História, este é, sem dúvida, um movimento singular de (re)encanto das religiosidades no alvorecer do terceiro milênio, no Brasil e no mundo.4 Apesar da diferença com o panorama medievo, não é difícil ter notícias de movimentos messiânico-milenares contemporâneos, como no caso dos movimentos das Borboletas Azuis Campina Grande, na Paraíba, que ocorre na década de 1980 e tantos outros que aconteceram não apenas no Brasil. Como caminhos metodológicos optamos por um estudo de caso simples e fizemos convergir interpretações de documentação oficial, com História Oral e Etnografia. Do que foi argumentado, podemos aferir que este é um movimento de longuíssima duração, no dizer de Braudel, resiste ao devir da antiguidade no rastro da apocalíptica judaica perpassando a escatologia medieval e absorvendo alguns caracteres sebastianistas dos grandes movimentos messiânicos do século XIX.