Significado e vivência de pacientes submetidos a tratamento hemodialítico.

• Autor(a) principal: CAROLINO, Maria Tibéria da Silva.
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/7735
• topic: Insuficiência renal; Hemodiálise; Enfermagem; Renal insufficiency; Hemodialysis; Nursing; Enfermagem.

A Insuficiência Renal Crônica trata-se de uma síndrome provocada por variedades de nefropatias que reduzem significativamente as funções renais, com sintomatologia mínima ou ausente. O tratamento conservador pode evoluir para a Diálise Peritoneal e Hemodiálise, ou realização de transplante renal. A Hemodiálise consiste na remoção de catabólitos do organismo através do sangue, com o uso de equipamento idealizado para este fim, gerando alterações fisiológicas e perda de independência funcional, provocando no paciente indícios de aceitação ou insubmissão essenciais ao processo de adequação ao novo modo de vida. Esse estudo objetivou compreender as alterações e o significado da terapêutica hemodialítica na vida de pacientes submetidos a essa modalidade. Trata-se de um estudo de caráter exploratório e abordagem qualitativa, realizado com 23 pacientes em tratamento no setor de Hemodiálise do Hospital Regional de Cajazeiras-PB. A coleta foi realizada durante as sessões de hemodiálise, mediante utilização de entrevista semi-estruturada elaborada pela pesquisadora, sendo realizada uma análise do discurso descritiva, com observação participante. As etapas da pesquisa obedeceram aos aspectos éticos da resolução n° 466/2012 sobre pesquisa envolvendo seres humanos, com parecer do Comitê de Ética da UFCG de número 1.171.940. Houve predomínio de pacientes do sexo masculino, raça não branca, idade superior a 60 anos, residentes em cidades circunvizinhas a cidade de Cajazeiras, casados, ensino fundamental incompleto, aposentados/desempregados, renda mensal entre 1 e 2 salários mínimos e praticantes do catolicismo. De acordo com o seu perfil clínico, a maioria dos pacientes realizavam tratamento há mais de 18 meses, são hipertensos, com comorbidades originadas antes do início do tratamento, baixos índices de internações no último ano e de complicações, poucos encontram-se na lista de espera para transplante renal e a maioria busca apoio na família e em amigos para o enfrentamento da doença. As principais áreas modificadas com o tratamento foram o campo profissional, viagens, passeios, mudança nos hábitos alimentares, redução da renda familiar e melhora no quadro sintomatológico. Evidenciou-se como significados da terapia, sentimentos de otimismo e esperança, e de conformismo e/ou pessimismo. Tais evidências associaram-se a expectativas de realização de transplante renal e crença em um ser superior como fonte de esperança. Conclui-se que a Hemodiálise promove modificações no contexto de vida do paciente, gerando inicialmente sentimentos de improdutividade, angústia e isolamento social, e a posteriori, esperança e/ou conformismo, associando-se aos modos de adaptação de cada um.