Do território santo ao extramuros: o novo espaço destinado aos mortos da Natal do século XIX.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Daniel Roney da.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36874
Resumo: Até aproximadamente 1856, o povo de Natal ao deixar este mundo “rumo ao paraíso eterno”, era sepultado dentro das igrejas católicas ou ao redor das mesmas, território este que era considerado santo. Acreditava-se que quanto mais próximo da igreja o morto fosse enterrado, mais perto de Deus sua alma estaria, e com isso, o descanso e a paz seriam garantidos. A classe social a qual o cidadão fazia parte iria determinar onde, exatamente, ele seria colocado depois de sua morte. A matriz de Nossa Senhora da Apresentação, principal igreja da província, guardava os restos mortais das famílias mais influentes e ricas da mesma. Na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos os negros, pobres e condenados a forca por ordem da lei, encontravam lugar para o sono eterno. Já a Igreja de Santo Antônio, ficou conhecida como a Igreja dos Militares, por ser nela que estes, quando mortos eram colocados. Contudo, em meados do século XIX as práticas de enterramento na cidade de Natal tiveram que ser mudadas em função das fortes epidemias que assolaram o Brasil neste século. As muitas mortes, em pequenos espaços de tempo, tornavam a presença da população nas igrejas cada vez menor, em razão do demasiado mau cheiro proveniente dos muitos corpos em decomposição. A única solução encontrada pelo presidente da província foi separar um espaço extramuros, onde as vítimas das pestes pudessem se decompor sem causar doenças aos que ficassem vivos para guardar o luto.
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