“Pedagogias corretivas” para a escola pública brasileira mediante os modelos de Aceleração da Aprendizagem e Escola Ativa: reclames e êxitos - Esperança 1999/2003.

• Autor(a) principal: SILVA, Marilda Coelho da.
• Data de Publicação: 2004
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33843
• topic: Aceleração da aprendizagem; Escola Ativa; Programa de Aceleração da Aprendizagem; Progressão - educação; Reprovação e progressão; Programa Escola Ativa; Repetência escolar; Esperança - PB - Educação; Programas educacionais; Acceleration of learning; Active School; Learning Acceleration Program; Progression - education; Failure and progression; Active School Program; School failure; Hope - PB - Education; Educational programs; História. Educação.

Nos últimos anos a grande discussão para diversos educadores brasileiros se volta para a questão da reprovação e/ou progressão. O sistema educacional tem tentado de várias formas solucionar esse problema, principalmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, apesar de toda tentativa para abolir a repetência, ainda há muitos problemas na escola, no sistema educacional e no país, que vêm agravando a deficiência na aprendizagem do alunado, já que esses ao serem “poupados" da repetência enfrentam outros problemas também sérios que os tornam desmotivados diante das dificuldades nas séries que estão cursando. Hoje é muito comum entre os educadores o debate para identificar os principais responsáveis pelo alto índice de reprovação. Essa responsabilidade tem atribuição dividida entre governo, família e professor. Porém, independente de quem seja o culpado, o mais importante é não esquecer que reprovação ou progressão é diferente de aprendizagem. Percebe-se que hoje trabalha-se principalmente para acabar ou diminuir com a reprovação sem, no entanto, resolver o problema da aprendizagem e do conhecimento. Para enfrentar essa situação o governo brasileiro ampliou a oferta educacional com programas alternativos para evitar a repetência escolar e garantir uma aprendizagem significativa para o alunado. Os programas Aceleração de Aprendizagem e Escola Ativa têm se destacado como possíveis caminhos para corrigir a distorção idade-série do ensino brasileiro. A Aceleração de Aprendizagem tem como objetivo principal regularizar o fluxo escolar e fortalecer a auto-estima de alunos marcados por sucessivas repetências e que estão defasados em relação idade-série; a Escola Ativa é uma proposta metodológica voltada para as classes multisseriadas com método específico para a zona rural, onde se trabalha com várias séries numa mesma classe. Diante dessa situação que muito me inquieta como professora, escolhi como foco do meu trabalho, os programas alternativos para abolir a repetência escolar. A escolha dessa temática foi feita com o intuito de compreender porque o aluno está progredindo para as séries subseqüentes, mas o conhecimento não segue o nível dessa progressão, ou seja, a promoção do aluno não apresenta condições para prosseguir nos estudos, pois hoje grande parte do alunado tem dificuldades em ler e escrever; até que ponto acabar com a repetência escolar tem solucionado a deficiência da aprendizagem? De que forma os programas alternativos para solucionar a repetência têm contribuído para uma aprendizagem significante? Procuro perceber em quais aspectos esses programas são decisivos para promover ou contribuir no processo de ensinoaprendizagem. Partindo dessas questões, busco dados que mostrem se a ação desses programas tem correspondido aos objetivos dos seus idealizadores. Para isso, o trabalho foi dividido em três capítulos. No primeiro relato minha experiência no programa Aceleração de Aprendizagem, do qual participei no período de 1999/2000 no município de Esperança-PB. Faço uma breve descrição da minha participação no programa, desde o convite para participar até a conclusão do mesmo, além de discutir as questões consideradas favoráveis e desfavoráveis da Aceleração de Aprendizagem. Coloco também em foco relatos de experiências vivenciadas ao longo do processo, expressando acima de tudo, a esperança fortalecida pelo sucesso das realizações empreendidas. No segundo capítulo também discuto o programa Aceleração de Aprendizagem, mas analiso o resultado do mesmo em alguns estados do Brasil, além da avaliação de educadores brasileiros que pesquisam essa temática. Investigo esse programa a partir de duas questões principais: a primeira, por que quando participei do referido programa não me certifiquei que o mesmo foi decisivo para corrigir a defasagem detectada, e sinto a necessidade de aprofundar essa discussão com outras experiências em outras localidades, para assim puder comparar e chegar a alguma conclusão mais precisa sobre a eficácia da proposta inicial; a segunda, para compreender se realmente está havendo progressão e aprendizagem através dessa proposta ou se apenas está diminuindo a repetência, independente da aprendizagem. No terceiro capítulo analiso a proposta pedagógica da Escola Ativa. Escolhi essa por ser destinada especificamente para a zona rural para suprir as necessidades das classes multisseriadas. Para tal, através de questionários com alunos e professores do município de Esperança-PB, busco entender de que forma essa estratégia tem contribuído no desempenho do professor que trabalha com várias séries simultaneamente e como os alunos apreendem as inovações do programa.