Distribuição de renda no Rio Grande do Norte: um estudo da evolução nos anos 90.

• Autor(a) principal: DANTAS, Joseney Rodrigues de Queiroz.
• Data de Publicação: 2002
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/6262
• topic: Distribuição de Renda - Rio Grande do Norte (RN); Crescimento Econômico - Rio Grande do Norte (RN); Força de Trabalho; Salários; Produção Capitalista; Formação Econômica do Nordeste; Nova Dinâmica Regional; Income Distribution - Rio Grande do Norte (RN); Economic Growth - Rio Grande do Norte (RN); Workforce; Salary; Capitalist Production; Northeast Economic Formation; New Regional Dynamics; Economia Regional e Urbana; Economias Agrária e dos Recursos Naturais

A questão da produção e distribuição da renda e um tema envolto em grandes controvérsias cuja origem se confunde com a própria idade da economia enquanto conhecimento cientifico. As disparidades entre crescimento econômico e distribuição de renda, com seus consequentes índices de pobreza e desigualdade social estão presentes na maioria dos debates atuais. O objetivo deste trabalho e analisar o processo de distribuição de renda no Estado do Rio Grande do Norte na década de 90, relacionando-o com o crescimento econômico. Para fundamentação teórico-histórica deste trabalho foram consultadas várias obras que analisam o tema em questão. A analise do objeto de estudo teve como base os dados das PNADs - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio, disponíveis para os anos 90, especificamente, os dados referentes aos rendimentos da PEA - População Economicamente Ativa, e ao rendimento médio mensal familiar. Os dados referentes ao crescimento econômico mostram que a economia do Rio Grande do Norte cresceu na ultima década, entretanto esse crescimento se deu de forma centralizada tanto setorial como espacialmente, ou seja, ocorreu em algumas atividades da indústria e dos serviços, e foi localizado basicamente em dois polos (Natal e Mossoró), em detrimento das outras regiões do Estado. Em relação aos rendimentos, constatou-se uma melhora no rendimento da população ocupada do Estado, entretanto, mais da metade da população economicamente ativa recebia em 1999 menos de 2 salários mínimos, enquanto apenas 9% da PEA tinha rendimentos mensais acima de 5 salários. Outro dado que mostra a persistência da desigualdade e a renda media familiar per capita, enquanto os 10% mais ricos recebiam em media 7,45 salários mínimos, os 40% mais pobres recebiam apenas 0,32, menos de 1/3 do valor do salario minimo. Essa permanência da concentração da renda reflete-se nos indicadores sociais, o Estado terminou a década com mais de 25% da população analfabeta, o que equivale a aproximadamente 700 mil pessoas e a taxa de mortalidade infantil, apesar da redução constatada nos anos 90 ainda e bastante superior a media do pais. Nesse contexto pode-se concluir que a forma de crescimento da economia potiguar nos anos 90, ao não modificar a estrutura da distribuição da renda, não trouxe benefícios correspondentes para a população trabalhadora, especialmente, para os que se encontravam nas classes de baixa renda.