A condescendência do Judiciário brasileiro com os criminosos sexuais de acordo com a vida pregressa e comportamento social da vítima.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/14782 |
Resumo: | O Judiciário é promotor da justiça e representante da prerrogativa legal de punir, sendo o magistrado considerado o representante da vontade do Estado quando de sua sentença. Todavia, o juiz, como, antes de tudo, é um ser humano, tem seu próprio cosmos de valores e vivências, que resultam em opiniões, que podem ser o norte que precisa para aplicar corretamente a lei. No entanto, alguns delitos tem uma relação mais estreita com a opinião social, sendo o crime de estupro sempre trazido de volta à pauta, por não ser tratado da maneira abstrata e desafetada como impõe a lei, sendo os magistrados, especialmente homens, expedientes de decisões com forte teor discriminatório e analítico, não das provas do crime, mas dos fatos sociais, tanto do acusado, como da vítima, desacreditando em sua palavra mesmo quando é a sua única prova, algo comum nos crimes sexuais. Assim, o presente trabalho problematiza como o julgamento dos crimes sexuais obriga às vítimas a organizar uma defesa, pois tanto o acusado, como o magistrado, inquirem sobre seus hábitos, relação com o abusador, vida sexual pregressa e intenções ao acionar o judiciário na ação penal, ainda utilizando-se de misoginia no seu discurso judicial, como se só o fato de ter sua dignidade sexual violada não fosse suficiente para justificar uma denúncia. |
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A condescendência do Judiciário brasileiro com os criminosos sexuais de acordo com a vida pregressa e comportamento social da vítima.The condescension of the Brazilian judiciary with sex offenders according to the victim's previous life and social behavior.DireitoO Judiciário é promotor da justiça e representante da prerrogativa legal de punir, sendo o magistrado considerado o representante da vontade do Estado quando de sua sentença. Todavia, o juiz, como, antes de tudo, é um ser humano, tem seu próprio cosmos de valores e vivências, que resultam em opiniões, que podem ser o norte que precisa para aplicar corretamente a lei. No entanto, alguns delitos tem uma relação mais estreita com a opinião social, sendo o crime de estupro sempre trazido de volta à pauta, por não ser tratado da maneira abstrata e desafetada como impõe a lei, sendo os magistrados, especialmente homens, expedientes de decisões com forte teor discriminatório e analítico, não das provas do crime, mas dos fatos sociais, tanto do acusado, como da vítima, desacreditando em sua palavra mesmo quando é a sua única prova, algo comum nos crimes sexuais. Assim, o presente trabalho problematiza como o julgamento dos crimes sexuais obriga às vítimas a organizar uma defesa, pois tanto o acusado, como o magistrado, inquirem sobre seus hábitos, relação com o abusador, vida sexual pregressa e intenções ao acionar o judiciário na ação penal, ainda utilizando-se de misoginia no seu discurso judicial, como se só o fato de ter sua dignidade sexual violada não fosse suficiente para justificar uma denúncia.The Judiciary is the promoter of justice and representer of the legal prerogative to punish, the magistrate being considered the representation of the will of the State when it is sentenced. However, the judge, as above all a human being, has his own cosmos of values and experiences, which result in opinions, that may be the guide he needs to correctly apply the law. However, some offenses have a closer relationship with social opinion, and rape crime is always brought back to the agenda because it is not always treated in the abstract and distant way as the law imposes, and magistrates, especially men, are senders of decisions with a strong discriminatory and analytical content, not about the evidence of the crime, but the social facts of both the accused and the victim, discrediting his word even when it is her only proof, something common in rape. It is questioned how the trial of sexual crimes obliges the victims to organize a defense, since both the accused and some magistrates, inquire about their habits, relationship with the abuser, previous sexual life and intentions to instigate the judiciary in criminal court, still using misogyny in they judicial speech, as if only having her sexual dignity was not enough to justify her denunciation.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Ciências Jurídicas e Sociais - CCJSUFCGCAVALCANTI, Sabrinna Correia Medeiros.CAVALCANTI, S. C. M.http://lattes.cnpq.br/9533836893235191SENA, Ana Paula de Souza.20182020-09-01T14:58:13Z2020-09-012020-09-01T14:58:13Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/14782SENA, Ana Paula de Souza. A condescendência do judiciário brasileiro com os criminosos sexuais de acordo com a vida pregressa e comportamento social da vítima. 2018. 56fl. - Trabalho de Conclusão de Curso( Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais – Direito). Centro de Ciências Jurídicas e Sociais, Universidade Federal de Campina Grande – Sousa- Paraíba - Brasil, 2018.porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2020-10-05T07:25:13Zoai:localhost:riufcg/14782Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512020-10-05T07:25:13Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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