O perfil da mulher paraibana a partir dos relatos de feminicídio do portal G1 Paraíba.
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35278 |
Resumo: | Os índices de violência doméstica na Paraíba evidenciam a falta de segurança que as mulheres estão expostas. Essa constante agressão é explicada pela construção social que sempre colocou a figura masculina como superior à feminina. O bordão “Paraíba masculina, mulher macho sim senhor” se tornou ao longo dos anos um símbolo da mulher forte, porém, sempre colocando a figura do “macho” como modelo a ser seguido pelas “fêmeas” que quisessem ser respeitadas. Para este trabalho, analisaremos os discursos do Portal G1 Paraíba sobre o crescente índice de casos de feminicídios. Buscamos aporte teórico nos estudos sobre Análise do Discurso, particularmente na sua versão francesa do grande teórico Michel Pêcheux. A produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade. É, ainda, um conjunto de regras que rege o encadeamento das formas de conteúdo na sucessão do discurso, essa sucessão de falas e linguagens que são ditas e pronunciadas em determinados momentos produzem um sentido a longo prazo e seus efeitos podem se manifestar também a curto prazo, sua variável é relativa ao local em que é falado assim como a cultura em que este discurso está inserido. O cenário paraibano demonstra um alarmante aumento de 53% em casos de feminicídios entre 2017 e 2018 segundo o ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA de 2019), o que descreve a necessidade de se discutir seriamente a violência em caráter de gênero em nosso país. A mulher é desde cedo exposta à hierarquia entre o sexo masculino e o feminino. A menina para se tornar a mulher que a sociedade lhe cobra é “educada” para a submissão e desde cedo lhe é tirado o lugar de fala. A cultura e o corpo social exaltam a figura do homem, escondendo ou diminuindo a história da mulher ao decorrer do tempo e quando esses relatos são contados sob a perspectiva masculina, mais grave ainda. Mulheres e homens conscientes dos papéis na sociedade líquida, como nós, os autores dessa proposta de trabalho, sabemos o montante da pesquisa que empreenderemos. |
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O perfil da mulher paraibana a partir dos relatos de feminicídio do portal G1 Paraíba.The profile of women from Paraíba based on reports of feminicide on the G1 Paraíba portal.Feminicídios - ParaíbaAnuário Brasileiro de Segurança Pública - 2019Portal G1 Paraíba - relatos de feminicídioRelatos de feminicídio - G1 ParaíbaPerfil da mulher paraibana - feminicídiosGêneroAnálise do discurso - Michel PêcheuxFemicides - ParaíbaBrazilian Public Security Yearbook - 2019Portal G1 Paraíba - reports of feminicideReports of feminicide - G1 ParaíbaProfile of women from Paraíba - feminicidesGenderDiscourse analysis - Michel PêcheuxHistória.Os índices de violência doméstica na Paraíba evidenciam a falta de segurança que as mulheres estão expostas. Essa constante agressão é explicada pela construção social que sempre colocou a figura masculina como superior à feminina. O bordão “Paraíba masculina, mulher macho sim senhor” se tornou ao longo dos anos um símbolo da mulher forte, porém, sempre colocando a figura do “macho” como modelo a ser seguido pelas “fêmeas” que quisessem ser respeitadas. Para este trabalho, analisaremos os discursos do Portal G1 Paraíba sobre o crescente índice de casos de feminicídios. Buscamos aporte teórico nos estudos sobre Análise do Discurso, particularmente na sua versão francesa do grande teórico Michel Pêcheux. A produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade. É, ainda, um conjunto de regras que rege o encadeamento das formas de conteúdo na sucessão do discurso, essa sucessão de falas e linguagens que são ditas e pronunciadas em determinados momentos produzem um sentido a longo prazo e seus efeitos podem se manifestar também a curto prazo, sua variável é relativa ao local em que é falado assim como a cultura em que este discurso está inserido. O cenário paraibano demonstra um alarmante aumento de 53% em casos de feminicídios entre 2017 e 2018 segundo o ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA de 2019), o que descreve a necessidade de se discutir seriamente a violência em caráter de gênero em nosso país. A mulher é desde cedo exposta à hierarquia entre o sexo masculino e o feminino. A menina para se tornar a mulher que a sociedade lhe cobra é “educada” para a submissão e desde cedo lhe é tirado o lugar de fala. A cultura e o corpo social exaltam a figura do homem, escondendo ou diminuindo a história da mulher ao decorrer do tempo e quando esses relatos são contados sob a perspectiva masculina, mais grave ainda. Mulheres e homens conscientes dos papéis na sociedade líquida, como nós, os autores dessa proposta de trabalho, sabemos o montante da pesquisa que empreenderemos.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20192024-03-28T17:47:58Z2024-03-282024-03-28T17:47:58Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35278ARAÚJO, José Carlos Patrício de; SILVA, Gustavo de Souza; FERREIRA, Maria Liège Freitas. O perfil da mulher paraibana a partir dos relatos de feminicídio do portal G1 Paraíba. In: III Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica - Cultura, Poder, Sociedade e Identidade. GT 14 - Mulheres na Ciência e Tecnologia: Gênero, Mídia, Padrões de Masculinidades e Feminilidades Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 3º, 2019. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2019. p. 855-863. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35278porARAÚJO, José Carlos Patrício de.SILVA, Gustavo de Souza.FERREIRA, Maria Liège Freitas.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-03-28T17:48:21Zoai:localhost:riufcg/35278Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-03-28T17:48:21Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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