Entre cachos, tranças e birotes: a construção de princesas negras na literatura infantil.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LOPES, Dízia Araújo.
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28653
Resumo: Algumas obras da literatura infantil contribuem para o crescimento emocional, cognitivo e para a identificação pessoal da criança, com exceção daquelas de caráter pedagogizantes e diretivo, que podem ou não contribuir dessa forma. Mas, para que isto aconteça, é necessário um novo olhar da instituição escolar sobre o ensino de literatura na contemporaneidade, visando o desenvolvimento de práticas educativas que levem ao aperfeiçoamento das práticas de leitura. Nesse sentido observamos a necessidade de conhecer e cumprir a Lei 10.639/03, que inclui o ensino da História e Cultura Africana no currículo das escolas brasileiras, para que o aluno possa aprender valores como diversidade e apreciação da cultura negra. Sabendo disso, este trabalho objetiva: identificar os recursos que os autores usam para destacar a negritude das personagens nas obras e dentre tais recursos, como se configura a autoaceitação das personagens; verificar como se configura a autoimagem das personagens negras; investigar a configuração do meio e do espaço em que se situam as personagens negras; analisar como a caracterização dos personagens secundários colaboram para a autoaceitação das protagonistas; e resgatar quais aspectos as obras selecionadas se aproximam ou se diferem, numa análise literária dos livros As tranças de Bintou (2007) da autora Sylviane Anne Diouf, Uma princesa nada boba (2011) do autor Luiz Antônio e O cabelo de Lelê (2007) da autora Valéria Belém, num panorama que, timidamente, expõe a relevância da identidade dos negros na literatura juvenil, do esquecimento às páginas de protagonismo. Apontaremos a construção dos elementos que constituem essas obras, os diálogos existentes entre os textos visual e verbal, de modo a observar se possuem traços das culturas africanas e as possíveis contribuições que essas obras estão proporcionando para o reconhecimento da memória das princesas africanas. Nesse sentido, é importante ressaltar que a contribuição de obras que apresentem o negro não mais de maneira depreciativa é fundamental, pois embora essa mudança de atitude não vá erradicar o preconceito racial, tais medidas são imprescindíveis para ajudar as crianças e os jovens negros a se reconhecerem como descendentes africanos. A partir desses pressupostos, nossas análises estarão fundamentadas nas teorias de Gregorin Filho (2009); Sosa (1978); Coelho (1987 e 2000); Khéde (1990), Oliveira (2003), Gomes (2005), Munanga (1988), Clemente (2010) e Munanga e Gomes (2016).
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