Cultivo de Cannabis medicinal: fortalecendo a autonomia do paciente.

• Autor(a) principal: OLIVEIRA, Rafaely Daísy Silva.
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/21446
• topic: Farmácia; Maconha; Cannabis; Cannabis - cultivo; Cannabis - uso medicinal; Óleo de cannabis; Marihuana; Cannabis - cultivation; Cannabis - medicinal use; Cannabis oil; Marihuana; Canabis; Aceite de cannabis

O uso de cannabis para fins medicinais acompanham a humanidade e sua evolução ao longo da história, e mais recentemente, as políticas de combate ao uso de drogas, criminalizaram o seu uso no mundo inteiro. A redescoberta de suas propriedades terapêuticas ganha cada vez mais notoriedade, viabilizando o tratamento de doenças e qualidade de vida a muitas pessoas. As permissões do cultivo de cannabis através de recursos judiciais marcam o apoderamento de famílias em garantir o remédio para suas necessidades terapêuticas. Sendo assim, esse estudo teve o intuito de analisar o autocultivo e processo de obtenção do óleo de cannabis medicinal. Tratouဩse de uma pesquisa de abordagem quantitativa-qualitativa, por meio da coleta de dados através da aplicação de questionário online na plataforma Google Forms, para a investigação de dados sociodemográficos, dados relacionados ao uso medicinal, cultivo, e produção de medicamentos à base de cannabis medicinal. A pesquisa foi realizada com os usuários de produtos à base de cannabis e/ou responsáveis por seu cultivo, de forma anônima. A pesquisa envolveu a participação de 16 voluntários, com predomínio do gênero masculino (56%), e com relação à faixa etária, esta variou de 30 a 60 anos de idade. A maioria dos participantes (81%), utilizavam o óleo de cannabis. Os transtornos relacionados a ansiedade, dor crônica e transtornos do espectro do autismo, tiveram destaque no uso de cannabis medicinal como tratamento terapêutico. O óleo é a forma mais utilizada pelos usuários (88%). Muitos participantes alegaram participar de associações canábicas (81%). Nesta amostragem, 50% das pessoas afirmaram cultivar cannabis, entretanto, 36% dos cultivadores possuem habeas corpus, esta mesma porcentagem afirmou participar de capacitação para o cultivo. No âmbito da produção do remédio artesanal, os participantes obtiveram sua terapia e/ou de outras pessoas, através do método artesanal (69%), e as demais não fazem a extração do remédio, adquirindo este por meio de associações ou através de importação. Assim, observou-se a importância do acesso a informações com relação ao autocultivo e obtenção caseira do óleo de cannabis medicinal. Espera-se que os resultados do estudo possam contribuir para o desenvolvimento de ferramentas para ampliar o debate discriminatório dos indivíduos que optam por esta terapia, além promover a importância da segurança no controle de qualidade do produto e incentivo ao uso racional.