Farmacovigilância hospitalar: compreensão de profissionais de enfermagem acerca de sua atuação.

• Autor(a) principal: MACÊDO, Giovanna Gabrielly Custódio.
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8220
• topic: Farmacovigilância; Segurança do Paciente; Profissionais de Enfermagem; Enfermagem; Pharmacovigilance; Patient Safety; Nurse Practitioners; Nursing; Seguridad del paciente; Profesionales de enfermería; Enfermería; Enfermagem

Os profissionais da equipe de enfermagem atuam na linha de frente das ações de farmacovigilância por participarem efetivamente do processo de preparo e administração de medicamentos, além de realizarem a maior parte das notificações de irregularidades que os envolvem. Em virtude da necessidade de se investigar a compreensão específica dessa categoria nas atividades de farmacovigilância, afim de viabilizar a efetivação de ações e medidas que assegurem boas práticas de farmacovigilância hospitalar e garantam a segurança do paciente, o presente estudo tem como objetivo analisar se há diferenças entre a compreensão de profissionais da equipe de enfermagem sobre o papel que desempenham na farmacovigilância hospitalar e a finalidade dessa prática de acordo com características sociodemográficas e profissionais. Nesse intuito, realizou-se um estudo transversal de abordagem quantitativa em um hospital escola do município de Campina Grande, Paraíba, durante o período de setembro de 2018 a fevereiro de 2019. Por meio de um censo foram incluídos na pesquisa todos os profissionais de enfermagem de nível médio ou superior que lidam diretamente com o processo de preparo e administração de medicamentos, totalizando 303 profissionais. A partir dos critérios de exclusão de responder parcialmente o instrumento, utilizar recursos tecnológicos e/ou humanos para buscar esclarecimentos envolvendo a temática e se encontrar afastado ou em licença de qualquer natureza, a amostra constituiu-se de 271 participantes. O instrumento de coleta de dados foi composto por uma parte alusiva à construção do perfil sociodemográfico e profissional e outra que abordava a compreensão e a prática dos profissionais em farmacovigilância. Os dados foram analisados através de medidas de tendência central, frequência relativa e absoluta e testes inferenciais, que adotaram nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Os resultados apontam para uma boa compreensão do papel que os profissionais de enfermagem desempenham nas atividades de farmacovigilância, embora a compreensão acerca da finalidade das ações tenha obtido menor resultado. Os profissionais de nível médio demonstraram pior sentido da associação à compreensão nas duas situações, assim como profissionais com maiores idades, maior tempo de formação e maior tempo de atuação na instituição diante de testes de comparação. Os resultados atestam a responsabilização da equipe de enfermagem em geral como uma das principais vigilantes do uso de medicamentos e realizadoras de notificações de irregularidades. Os piores sentidos da associação obtidos por técnicos e auxiliares em enfermagem podem ser atribuídos ao baixo conhecimento acerca da temática, transferência da responsabilidade desse processo para os profissionais de nível superior e conhecimento deficiente sobre efeitos terapêuticos, cálculos de medicamentos e interações medicamentosas. A concentração de investimentos em práticas educativas e incentivos institucionais para grupos de profissionais jovens pode justificar as menores compreensões obtidas por profissionais mais velhos e com maiores tempos de formação e atuação na instituição, assim como o processo de envelhecimento funcional a partir dos 45 anos. Conclui-se que apesar dos bons resultados é necessário investir em intervenções educativas a longo prazo para que a responsabilização frente ao uso de medicamentos e à segurança do paciente seja associada à rotina de cuidados.