Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BATISTA, Regiane Farias.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: FARIAS, José Ray., RAMOS, Darlan., SANTOS, Rivaldo Vital dos., VITAL, Adriana de Fátima Meira.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33598
Resumo: O aumento populacional está intrinsecamente ligado ao aumento do consumo de bens e serviços e da produção de resíduos sólidos (BOLOGNESI, 2012). Segundo Alves, (2017), a produção de lixo no Brasil, cresceu 21% nos últimos dez anos, o dobro do aumento da população, que foi de 9,65%. A ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais informou em pesquisa realizada em 2013, que a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) superou 76 milhões de toneladas naquele período (ABRELPE, 2014). Quando descartados ou dispostos de maneira inadequada, os RSU podem provocar expressivos impactos ambientais, sociais e econômicos, sendo este o ponto mais deficiente no sistema de gestão de resíduos brasileiro (GONÇALVES, 2016). A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010). Disseminar ações sustentáveis para minimizar as consequências das posturas e atividades lesivas ao meio ambiente é imprescindível para a construção de uma sociedade justa, saudável, igualitária e equilibrada. Do cuidado com os recursos naturais resulta a segurança alimentar e a qualidade de vida das populações. Estes temas fizeram emergir os postulados da Agroecologia, definida por Caporal e Costabeber (2004) como as bases científicas e metodológicas para a promoção de estilos de agriculturas sustentáveis. Produção de alimentos de qualidade só existe em solos férteis e com saúde, lembra Primavesi (1990), assim é necessário trabalhar enfatizando as interações ecológicas entre os componentes dos agroecossistemas, de maneira a promover a fertilidade do solo, a produtividade e a proteção das culturas, como afirma Altieri (2002). Em função dos danos causados ao solo como consequência dos usos dos fertilizantes, queimadas e agrotóxicos, é urgente trabalhar práticas que primem pelo aporte de matéria orgânica ao solo, principalmente com a compostagem e a vermicompostagem, até que o equilíbrio se restabeleça. Embora sejam práticas aparentemente simples, ainda não são difundidas entre os agricultores familiares. A vermicompostagem é uma tecnologia simples de compostagem na qual se utiliza o processo digestivo das minhocas para digerir a matéria orgânica, provocando sua degradação (KIEHL, 2004). O vermicomposto é um "fertilizante orgânico" nutritivo rico em N-K-P (N-2-3%, K-1,85-2,25% e P-1,55- 2,25%), micronutrientes, microorganismos benéficos ao solo como bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos é cientificamente provado como "promotores de crescimento milagroso e protetores" (SINHA et al., 2009). O composto formado nesse processo traz benefícios para o solo, pois é um material rico em matéria orgânica, e a sua composição possui nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento adequado de plantas (CEMPRE, 2012). Além disso (AGARVAl et al., 2010), destacam que a aplicação de vermicomposto reduz o uso de agrotóxicos e o custo com o uso de fertilizantes químicos, práticas não adotadas na agricultura sustentável. Estudos também indicam que o uso de húmus de minhoca reduz o uso e os custos de água para irrigação, pois o vermicomposto é capaz de reter mais umidade do solo, reduzindo assim a demanda de água para irrigação em quase 30% a 40% (SINHA, 2008). São passíveis de tratamento pela vermicompostagem os resíduos orgânicos biodegradáveis como restos de alimentos de origem vegetal; resíduos vegetais de podas e serviços de jardinagem, estercos de animais e outros resíduos urbanos biodegradáveis, como borra de café e casca de ovo, todavia, a utilização de esterco bovino é mais disseminada, por ser um resíduo abundante e facilmente encontrado (HECK et al., 2013). Além de produzir o húmus, a minhoca também é utilizada como complemento no arraçoamento animal e como iscas para pesca desportiva (REIS, 2005; OLIVEIRA et al., 2013). Essa estratégia sempre foi divulgada como sendo uma atividade de fácil execução, de baixo custo de produção e de retorno financeiro garantido, mas é fundamental que se atente para algumas importantes orientações. Para que o produto tenha um bom valor de mercado é necessária dedicação ao trabalho para obtenção de um produto final de qualidade. O estabelecimento de um sistema de gestão de resíduos por vermicompostagem e da atividade de minhocultura envolve uma diversidade de aspectos, como a presença de recursos humanos, equipamento adequados e infraestrutura (LOURENÇO & COELHO, 2010). É importante considerar a necessidade da socialização de saberes com o povo do campo. Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre o caráter e papel da extensão universitária, que, conforme definição da própria legislação brasileira seria um dos três componentes básicos da Universidade (SILVA, 2006; RODRIGUES et al., 2015). A extensão rural tem um papel fundamental na formação de estudante em cursos técnicos ou graduação promovendo um contato direto com o meio externo, onde é oportunizada a interação com os agricultores, socializando práticas e experiências aprendidas em sala de aula. A extensão pode ser definida como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade (PEIXOTO, 2008). O trabalho apresenta resultados da intervivência num dia de campo, como atividade extensionista, para socialização de informações sobre atividades conservacionistas para gestão dos resíduos sólidos nos agroecossistemas familiares, manejo sustentável do solo e produção de alimentos de qualidade.
id UFCG_c3ab1cee2fec2993ed6554646ce1c687
oai_identifier_str oai:localhost:riufcg/33598
network_acronym_str UFCG
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
repository_id_str 4851
spelling Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.Field day: sharing information about vermicomposting with family farmers.Agricultores familiaresVermicompostagemExtensão ruralSerra Branca - PB - dia de campoDia de campo - Serra Branca - PBExtensão universitária - CDSAFamily farmersVermicompostingRural extensionSerra Branca - PB - field dayField day - Serra Branca - PBUniversity extension - CDSAEcologia.O aumento populacional está intrinsecamente ligado ao aumento do consumo de bens e serviços e da produção de resíduos sólidos (BOLOGNESI, 2012). Segundo Alves, (2017), a produção de lixo no Brasil, cresceu 21% nos últimos dez anos, o dobro do aumento da população, que foi de 9,65%. A ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais informou em pesquisa realizada em 2013, que a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) superou 76 milhões de toneladas naquele período (ABRELPE, 2014). Quando descartados ou dispostos de maneira inadequada, os RSU podem provocar expressivos impactos ambientais, sociais e econômicos, sendo este o ponto mais deficiente no sistema de gestão de resíduos brasileiro (GONÇALVES, 2016). A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010). Disseminar ações sustentáveis para minimizar as consequências das posturas e atividades lesivas ao meio ambiente é imprescindível para a construção de uma sociedade justa, saudável, igualitária e equilibrada. Do cuidado com os recursos naturais resulta a segurança alimentar e a qualidade de vida das populações. Estes temas fizeram emergir os postulados da Agroecologia, definida por Caporal e Costabeber (2004) como as bases científicas e metodológicas para a promoção de estilos de agriculturas sustentáveis. Produção de alimentos de qualidade só existe em solos férteis e com saúde, lembra Primavesi (1990), assim é necessário trabalhar enfatizando as interações ecológicas entre os componentes dos agroecossistemas, de maneira a promover a fertilidade do solo, a produtividade e a proteção das culturas, como afirma Altieri (2002). Em função dos danos causados ao solo como consequência dos usos dos fertilizantes, queimadas e agrotóxicos, é urgente trabalhar práticas que primem pelo aporte de matéria orgânica ao solo, principalmente com a compostagem e a vermicompostagem, até que o equilíbrio se restabeleça. Embora sejam práticas aparentemente simples, ainda não são difundidas entre os agricultores familiares. A vermicompostagem é uma tecnologia simples de compostagem na qual se utiliza o processo digestivo das minhocas para digerir a matéria orgânica, provocando sua degradação (KIEHL, 2004). O vermicomposto é um "fertilizante orgânico" nutritivo rico em N-K-P (N-2-3%, K-1,85-2,25% e P-1,55- 2,25%), micronutrientes, microorganismos benéficos ao solo como bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos é cientificamente provado como "promotores de crescimento milagroso e protetores" (SINHA et al., 2009). O composto formado nesse processo traz benefícios para o solo, pois é um material rico em matéria orgânica, e a sua composição possui nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento adequado de plantas (CEMPRE, 2012). Além disso (AGARVAl et al., 2010), destacam que a aplicação de vermicomposto reduz o uso de agrotóxicos e o custo com o uso de fertilizantes químicos, práticas não adotadas na agricultura sustentável. Estudos também indicam que o uso de húmus de minhoca reduz o uso e os custos de água para irrigação, pois o vermicomposto é capaz de reter mais umidade do solo, reduzindo assim a demanda de água para irrigação em quase 30% a 40% (SINHA, 2008). São passíveis de tratamento pela vermicompostagem os resíduos orgânicos biodegradáveis como restos de alimentos de origem vegetal; resíduos vegetais de podas e serviços de jardinagem, estercos de animais e outros resíduos urbanos biodegradáveis, como borra de café e casca de ovo, todavia, a utilização de esterco bovino é mais disseminada, por ser um resíduo abundante e facilmente encontrado (HECK et al., 2013). Além de produzir o húmus, a minhoca também é utilizada como complemento no arraçoamento animal e como iscas para pesca desportiva (REIS, 2005; OLIVEIRA et al., 2013). Essa estratégia sempre foi divulgada como sendo uma atividade de fácil execução, de baixo custo de produção e de retorno financeiro garantido, mas é fundamental que se atente para algumas importantes orientações. Para que o produto tenha um bom valor de mercado é necessária dedicação ao trabalho para obtenção de um produto final de qualidade. O estabelecimento de um sistema de gestão de resíduos por vermicompostagem e da atividade de minhocultura envolve uma diversidade de aspectos, como a presença de recursos humanos, equipamento adequados e infraestrutura (LOURENÇO & COELHO, 2010). É importante considerar a necessidade da socialização de saberes com o povo do campo. Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre o caráter e papel da extensão universitária, que, conforme definição da própria legislação brasileira seria um dos três componentes básicos da Universidade (SILVA, 2006; RODRIGUES et al., 2015). A extensão rural tem um papel fundamental na formação de estudante em cursos técnicos ou graduação promovendo um contato direto com o meio externo, onde é oportunizada a interação com os agricultores, socializando práticas e experiências aprendidas em sala de aula. A extensão pode ser definida como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade (PEIXOTO, 2008). O trabalho apresenta resultados da intervivência num dia de campo, como atividade extensionista, para socialização de informações sobre atividades conservacionistas para gestão dos resíduos sólidos nos agroecossistemas familiares, manejo sustentável do solo e produção de alimentos de qualidade.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20182023-12-14T18:53:27Z2023-12-142023-12-14T18:53:27Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33598BATISTA, Regiane; FARIAS, José Ray; RAMOS, Darlan; SANTOS, Rivaldo; VITAL, Adriana de Fátima Meira. Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares. In: CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.3. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities). ISBN: 978-85-60307-31-9. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33598porBATISTA, Regiane Farias.FARIAS, José Ray.RAMOS, Darlan.SANTOS, Rivaldo Vital dos.VITAL, Adriana de Fátima Meira.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-05-01T15:04:51Zoai:localhost:riufcg/33598Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-05-01T15:04:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
dc.title.none.fl_str_mv Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
Field day: sharing information about vermicomposting with family farmers.
title Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
spellingShingle Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
BATISTA, Regiane Farias.
Agricultores familiares
Vermicompostagem
Extensão rural
Serra Branca - PB - dia de campo
Dia de campo - Serra Branca - PB
Extensão universitária - CDSA
Family farmers
Vermicomposting
Rural extension
Serra Branca - PB - field day
Field day - Serra Branca - PB
University extension - CDSA
Ecologia.
title_short Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
title_full Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
title_fullStr Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
title_full_unstemmed Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
title_sort Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares.
author BATISTA, Regiane Farias.
author_facet BATISTA, Regiane Farias.
FARIAS, José Ray.
RAMOS, Darlan.
SANTOS, Rivaldo Vital dos.
VITAL, Adriana de Fátima Meira.
author_role author
author2 FARIAS, José Ray.
RAMOS, Darlan.
SANTOS, Rivaldo Vital dos.
VITAL, Adriana de Fátima Meira.
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv BATISTA, Regiane Farias.
FARIAS, José Ray.
RAMOS, Darlan.
SANTOS, Rivaldo Vital dos.
VITAL, Adriana de Fátima Meira.
dc.subject.por.fl_str_mv Agricultores familiares
Vermicompostagem
Extensão rural
Serra Branca - PB - dia de campo
Dia de campo - Serra Branca - PB
Extensão universitária - CDSA
Family farmers
Vermicomposting
Rural extension
Serra Branca - PB - field day
Field day - Serra Branca - PB
University extension - CDSA
Ecologia.
topic Agricultores familiares
Vermicompostagem
Extensão rural
Serra Branca - PB - dia de campo
Dia de campo - Serra Branca - PB
Extensão universitária - CDSA
Family farmers
Vermicomposting
Rural extension
Serra Branca - PB - field day
Field day - Serra Branca - PB
University extension - CDSA
Ecologia.
description O aumento populacional está intrinsecamente ligado ao aumento do consumo de bens e serviços e da produção de resíduos sólidos (BOLOGNESI, 2012). Segundo Alves, (2017), a produção de lixo no Brasil, cresceu 21% nos últimos dez anos, o dobro do aumento da população, que foi de 9,65%. A ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais informou em pesquisa realizada em 2013, que a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) superou 76 milhões de toneladas naquele período (ABRELPE, 2014). Quando descartados ou dispostos de maneira inadequada, os RSU podem provocar expressivos impactos ambientais, sociais e econômicos, sendo este o ponto mais deficiente no sistema de gestão de resíduos brasileiro (GONÇALVES, 2016). A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010). Disseminar ações sustentáveis para minimizar as consequências das posturas e atividades lesivas ao meio ambiente é imprescindível para a construção de uma sociedade justa, saudável, igualitária e equilibrada. Do cuidado com os recursos naturais resulta a segurança alimentar e a qualidade de vida das populações. Estes temas fizeram emergir os postulados da Agroecologia, definida por Caporal e Costabeber (2004) como as bases científicas e metodológicas para a promoção de estilos de agriculturas sustentáveis. Produção de alimentos de qualidade só existe em solos férteis e com saúde, lembra Primavesi (1990), assim é necessário trabalhar enfatizando as interações ecológicas entre os componentes dos agroecossistemas, de maneira a promover a fertilidade do solo, a produtividade e a proteção das culturas, como afirma Altieri (2002). Em função dos danos causados ao solo como consequência dos usos dos fertilizantes, queimadas e agrotóxicos, é urgente trabalhar práticas que primem pelo aporte de matéria orgânica ao solo, principalmente com a compostagem e a vermicompostagem, até que o equilíbrio se restabeleça. Embora sejam práticas aparentemente simples, ainda não são difundidas entre os agricultores familiares. A vermicompostagem é uma tecnologia simples de compostagem na qual se utiliza o processo digestivo das minhocas para digerir a matéria orgânica, provocando sua degradação (KIEHL, 2004). O vermicomposto é um "fertilizante orgânico" nutritivo rico em N-K-P (N-2-3%, K-1,85-2,25% e P-1,55- 2,25%), micronutrientes, microorganismos benéficos ao solo como bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos é cientificamente provado como "promotores de crescimento milagroso e protetores" (SINHA et al., 2009). O composto formado nesse processo traz benefícios para o solo, pois é um material rico em matéria orgânica, e a sua composição possui nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento adequado de plantas (CEMPRE, 2012). Além disso (AGARVAl et al., 2010), destacam que a aplicação de vermicomposto reduz o uso de agrotóxicos e o custo com o uso de fertilizantes químicos, práticas não adotadas na agricultura sustentável. Estudos também indicam que o uso de húmus de minhoca reduz o uso e os custos de água para irrigação, pois o vermicomposto é capaz de reter mais umidade do solo, reduzindo assim a demanda de água para irrigação em quase 30% a 40% (SINHA, 2008). São passíveis de tratamento pela vermicompostagem os resíduos orgânicos biodegradáveis como restos de alimentos de origem vegetal; resíduos vegetais de podas e serviços de jardinagem, estercos de animais e outros resíduos urbanos biodegradáveis, como borra de café e casca de ovo, todavia, a utilização de esterco bovino é mais disseminada, por ser um resíduo abundante e facilmente encontrado (HECK et al., 2013). Além de produzir o húmus, a minhoca também é utilizada como complemento no arraçoamento animal e como iscas para pesca desportiva (REIS, 2005; OLIVEIRA et al., 2013). Essa estratégia sempre foi divulgada como sendo uma atividade de fácil execução, de baixo custo de produção e de retorno financeiro garantido, mas é fundamental que se atente para algumas importantes orientações. Para que o produto tenha um bom valor de mercado é necessária dedicação ao trabalho para obtenção de um produto final de qualidade. O estabelecimento de um sistema de gestão de resíduos por vermicompostagem e da atividade de minhocultura envolve uma diversidade de aspectos, como a presença de recursos humanos, equipamento adequados e infraestrutura (LOURENÇO & COELHO, 2010). É importante considerar a necessidade da socialização de saberes com o povo do campo. Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre o caráter e papel da extensão universitária, que, conforme definição da própria legislação brasileira seria um dos três componentes básicos da Universidade (SILVA, 2006; RODRIGUES et al., 2015). A extensão rural tem um papel fundamental na formação de estudante em cursos técnicos ou graduação promovendo um contato direto com o meio externo, onde é oportunizada a interação com os agricultores, socializando práticas e experiências aprendidas em sala de aula. A extensão pode ser definida como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade (PEIXOTO, 2008). O trabalho apresenta resultados da intervivência num dia de campo, como atividade extensionista, para socialização de informações sobre atividades conservacionistas para gestão dos resíduos sólidos nos agroecossistemas familiares, manejo sustentável do solo e produção de alimentos de qualidade.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018
2023-12-14T18:53:27Z
2023-12-14
2023-12-14T18:53:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/conferenceObject
format conferenceObject
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33598
BATISTA, Regiane; FARIAS, José Ray; RAMOS, Darlan; SANTOS, Rivaldo; VITAL, Adriana de Fátima Meira. Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares. In: CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.3. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities). ISBN: 978-85-60307-31-9. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33598
url http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33598
identifier_str_mv BATISTA, Regiane; FARIAS, José Ray; RAMOS, Darlan; SANTOS, Rivaldo; VITAL, Adriana de Fátima Meira. Dia de campo: compartilhando informações sobre vermicompostagem com os agricultores familiares. In: CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.3. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities). ISBN: 978-85-60307-31-9. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33598
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
UFCG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
UFCG
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
instname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
instacron:UFCG
instname_str Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
instacron_str UFCG
institution UFCG
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
repository.mail.fl_str_mv bdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.br
_version_ 1809744606526439424