História e etnicidade: uma interpretação dos processos de reorganização étnica entre os Xukuru do Ororubá.

• Autor(a) principal: RAMOS, Ana Sávia Farias.
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36664
• topic: História indígena; História e etnicidade indígena; Índios Xucuru; Índios Ororubá; Povo indígena Xucuru do Ororubá; Reorganização étnica - Xucuru do Ororubá; Etnicidade Xucuru; Xucuru de Ororubá - povo indígena; História indígena; Indigenous history; Indigenous history and ethnicity; Xucuru Indians; Ororubá Indians; Xucuru do Ororubá indigenous people; Ethnic reorganization - Xucuru do Ororubá; Xucuru ethnicity; Xucuru de Ororubá - indigenous people; Indigenous history; História.

O artigo toma como foco o processo de organização da etnicidade do povo indígena Xukuru do Ororubá por meio de uma abordagem sobre o toré Xukuru1, prática ritual que uma vez ativada pela comunidade indígena no contexto de mobilização político-identitária passa a figurar como um espaço de articulação entre religiosidade, história e ação política para a composição da etnicidade Xukuru. A terra indígena Xukuru, que abrange 27.555 hectares então homologados, está localizada na região da Serra do Ororubá, zona rural do município de Pesqueira, interior de Pernambuco. A população de cerca de nove mil índios está divida em 23 aldeias e na Vila de Cimbres, contabilizando-se ainda os índios que habitam os bairros Xukuru e Caixa D’água, no município de Pesqueira. Na segunda metade da década de 1980, os Xukuru empreenderam uma mobilização política reivindicando a terra identificada como sendo do antigo aldeamento onde índios Xukuru, apontados como seus antepassados, foram fixados no século XVII no espaço que deu origem à Vila de Cimbres. Este contexto se refere ao movimento de construção da identidade étnica Xukuru sobre o qual pretende se debruçar a análise. Este processo consiste basicamente em uma reorganização política, social e cultural para a afirmação de identidade étnica que garanta o reconhecimento das comunidades enquanto grupos indígenas. No caso dos índios do Nordeste, tal processo se efetiva como uma forma de ação política pela reivindicação do reconhecimento de terras tradicionalmente ocupadas pelas comunidades e por políticas públicas de assistência específica (OLIVEIRA, 2004). Este artigo se propõe como uma abordagem deste processo sob a luz de uma antropologia histórica, tal como proposta por João Pacheco de Oliveira (2004). Adota-se aqui a perspectiva de que a etnicidade Xukuru é construída historicamente. O que se propõe, portanto, é uma apreensão deste fenômeno