O bicudo e a crise do cotonicultor no Estado da Paraíba.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1990 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2805 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é demonstrar que os cotonicultores camponeses, representados pelos proprietários minifundiários, parceiros e arrendatários, responsáveis pela quase-totalidade da produção de algodão no estado da Paraíba, já vinham convivendo com uma crise contínua. Como pano de fundo há uma injusta estrutura fundiária. A ocorrência do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis Boheman) contribuiu apenas para provocar maior agravamento na crise já existente. O algodão no estado da Paraíba é produzido, na quase-totalidade, por pequenos cotonicultores compostos de parceiros, proprietários minifundiários e arrendatários que utilizam, predominantemente, a mão-de-obra familiar e, de forma eventual, a mão-de-obra assalariada. Essa agricultura familiar realiza-se principalmente no binômio composto de culturas de subsistências, com destaque para o milho e feijão x cultura comercial, representada pelo algodão. Elas e realiza numa estrutura fundiária extremamente concentrada em que predomina o binômio latifúndio x minifúndio. A ocorrência do bicudo na cultura do algodão no estado da Paraíba contribuiu para reduzir bruscamente a área cultivada, a produção e o rendimento médio dessa cultura e, com isso, a renda monetária dos cotonicuhni-es. Para agravar a situação desses cotonicultores, redução da produção de algodão, contrariando a lei da oferta e da procura, não implicou, como era de esperar, um aumento real dos preços desse produto. O surgimento da praga bicudo contribuiu também para aumentar as limitações de recursos para financiar a produção de algodão, via crédito rural, aumentando assim, em termos relativos, a participação de recursos próprios e de terceiros. O cotonicultor camponês inserido neste contexto de pobreza absoluta não retira o mínimo vital necessário para sua reprodução e da família. Sua tendência é migrar e abandonar o seu campo de operação que é a terra. |
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O bicudo e a crise do cotonicultor no Estado da Paraíba.The bulrush and the crisis of the cotton grower in the state of Paraíba.O objetivo deste trabalho é demonstrar que os cotonicultores camponeses, representados pelos proprietários minifundiários, parceiros e arrendatários, responsáveis pela quase-totalidade da produção de algodão no estado da Paraíba, já vinham convivendo com uma crise contínua. Como pano de fundo há uma injusta estrutura fundiária. A ocorrência do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis Boheman) contribuiu apenas para provocar maior agravamento na crise já existente. O algodão no estado da Paraíba é produzido, na quase-totalidade, por pequenos cotonicultores compostos de parceiros, proprietários minifundiários e arrendatários que utilizam, predominantemente, a mão-de-obra familiar e, de forma eventual, a mão-de-obra assalariada. Essa agricultura familiar realiza-se principalmente no binômio composto de culturas de subsistências, com destaque para o milho e feijão x cultura comercial, representada pelo algodão. Elas e realiza numa estrutura fundiária extremamente concentrada em que predomina o binômio latifúndio x minifúndio. A ocorrência do bicudo na cultura do algodão no estado da Paraíba contribuiu para reduzir bruscamente a área cultivada, a produção e o rendimento médio dessa cultura e, com isso, a renda monetária dos cotonicuhni-es. Para agravar a situação desses cotonicultores, redução da produção de algodão, contrariando a lei da oferta e da procura, não implicou, como era de esperar, um aumento real dos preços desse produto. O surgimento da praga bicudo contribuiu também para aumentar as limitações de recursos para financiar a produção de algodão, via crédito rural, aumentando assim, em termos relativos, a participação de recursos próprios e de terceiros. O cotonicultor camponês inserido neste contexto de pobreza absoluta não retira o mínimo vital necessário para sua reprodução e da família. Sua tendência é migrar e abandonar o seu campo de operação que é a terra.The intent of this study is to show that peasant cotton farmers, represented by small landholders, sharecroppers and tenants, responsible for nearly all the production of cotton in the state of Paraiba, have been living a continuous crisis for some time. As a background situation, there exists an unjust agrarian structure. The occurrence of the boll weevil (Anthonomus grandis Boheman) has only served to worsen the already existing situation. Cotton in the state of Paraiba is produced in its near totality by small cotton farmers, comprised of sharecroppers, small landowners and tenant farmers who predomintly utilize family manpower and, occasionally, hired help. This family agriculture is carried out principally in the duality consisting of subsistence cultures with emphasis on corn-beans x a commercial culture, represented by cotton. This agricultural activity takes place within an extremely concentrated agrarian structure'm which the small landholder x large landholder dichotomy prevails. The occurrence of the boll weevil in cotton plantations in the state of Paraiba has contributed to a sharp reduction in the cultivated area, production and average yields of this crop and, as a result, in the monetary return of the cotton farmers. To make the situation of these cotton planters even worse, this reduction in cotton production, contrary to the law of supply and demand, has not resulted in a real increase'm the prices of this product as might have been expected. The appearance of the boll weevil pest has also contributed to a limitation of resources for financing cotton production, through rural credit, thus increasing, in relative terms, the participation of private and third-party resources. The peasant cotton farmer inserted into this context of absolute poverty, is unable to make a minimum living necessary for his own survival and for his family. The tendency will be to migrate, abandoning his field of operations which is the land.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL E REGIONALUFCGGONZALES, Élbio Neris.GONZALES, E. N.CARVALHO, René Louis de.FAVERO, Luiz Andrea.BRAGA, Maria Goretti Serpa.GUIMARÃES, Pedro Maia.19902019-02-15T10:28:35Z2019-02-152019-02-15T10:28:35Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2805GUIMARÃES, Pedro Maia. O bicudo e a crise do cotonicultor no Estado da Paraíba.1990. 128f. (Dissertação de Mestrado em Economia Rural e Regional), Programa de Pós-graduação em Economia Rural e Regional, Centro de Humanidades, Universidade Federal da Paraíba – Campus II - Campina Grande - Paraíba - Brasil, 1990.porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2021-07-14T20:39:54Zoai:localhost:riufcg/2805Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512021-07-14T20:39:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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