A centralidade da luta simbólica para o MST: expansão da ocupação do ciberespaço na busca por reconhecimento.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1311 |
Resumo: | O processo de reinvenção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está em curso. Bandeiras clássicas, como o próprio modelo de reforma agrária reivindicado, são resignificadas. O MST também tenta aumentar e fortalecer suas alianças com movimentos sociais urbanos e convencer a sociedade da importância de uma produção agrícola pautada pela agroecologia. Ela embasa a proposta de ―Reforma Agrária Popular‖ elaborada pelo movimento em contraponto ao sistema de produção rural representado pelo agronegócio. Este conflito, que estrutura as interações entre os diversos agentes sociais com interesse nessa temática, ocorre simultaneamente nos campos simbólico e material. Porém, aos olhos do senso comum e de parte dos militantes do MST, apenas a luta concreta ganha destaque. A partir do referencial teórico baseado em autores como Fraser (2007) e Honneth (2003), foram problematizadas as demandas do MST por redistribuição e reconhecimento. Com o estudo da expansão da política de comunicação da organização pelo ciberespaço, viabilizado por meio da etnografia das ações do movimento na internet, foi detectado o alargamento da relação de interdependência entre os campos simbólico e material da luta desenvolvida pelo grupo. Para chegar a essa constatação, foi necessário realizar o mapeamento dos usos e apropriações de ferramentas on-line efetuadas pelo MST, em um novo espaço público intrincado pelas relações de poder que conformam as lógicas de atuação dos atores que constituem, segundo a segundo, o ―universo virtual‖, cuja equivocada percepção de separação com o mundo real foi superada gradativamente. Os resultados obtidos no trabalho permitem propor uma nova perspectiva na compreensão do MST, onde a luta no campo simbólico, por reconhecimento, não pode ser vista como secundária. Ela deve ser compreendida como central para o grupo, assim como sempre foi entendida a luta utilitária, pela conquista da terra. Ambas são equivalentes e mutuamente dependentes, pois compõem dimensões distintas de uma mesma realidade. |
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A centralidade da luta simbólica para o MST: expansão da ocupação do ciberespaço na busca por reconhecimento.Movimentos SociaisComunicaçãoReconhecimentoCiberculturaSocial MovementsCommunicationRecognitionCybercultureCiências SociaisO processo de reinvenção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está em curso. Bandeiras clássicas, como o próprio modelo de reforma agrária reivindicado, são resignificadas. O MST também tenta aumentar e fortalecer suas alianças com movimentos sociais urbanos e convencer a sociedade da importância de uma produção agrícola pautada pela agroecologia. Ela embasa a proposta de ―Reforma Agrária Popular‖ elaborada pelo movimento em contraponto ao sistema de produção rural representado pelo agronegócio. Este conflito, que estrutura as interações entre os diversos agentes sociais com interesse nessa temática, ocorre simultaneamente nos campos simbólico e material. Porém, aos olhos do senso comum e de parte dos militantes do MST, apenas a luta concreta ganha destaque. A partir do referencial teórico baseado em autores como Fraser (2007) e Honneth (2003), foram problematizadas as demandas do MST por redistribuição e reconhecimento. Com o estudo da expansão da política de comunicação da organização pelo ciberespaço, viabilizado por meio da etnografia das ações do movimento na internet, foi detectado o alargamento da relação de interdependência entre os campos simbólico e material da luta desenvolvida pelo grupo. Para chegar a essa constatação, foi necessário realizar o mapeamento dos usos e apropriações de ferramentas on-line efetuadas pelo MST, em um novo espaço público intrincado pelas relações de poder que conformam as lógicas de atuação dos atores que constituem, segundo a segundo, o ―universo virtual‖, cuja equivocada percepção de separação com o mundo real foi superada gradativamente. Os resultados obtidos no trabalho permitem propor uma nova perspectiva na compreensão do MST, onde a luta no campo simbólico, por reconhecimento, não pode ser vista como secundária. Ela deve ser compreendida como central para o grupo, assim como sempre foi entendida a luta utilitária, pela conquista da terra. Ambas são equivalentes e mutuamente dependentes, pois compõem dimensões distintas de uma mesma realidade.The process of reinvention of the Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) is ongoing. Classic flags, as the claimed land reform model, are resignified. The MST also attempts to increase and strengthen its alliances with urban social movements and convince society of the importance of agricultural production guided by agroecology. It underlies the proposed "Land Reform People" prepared by moving counterpoint to the rural production system represented by agribusiness. This clash, which marks the relations between social agents working in these regions, simultaneously occurs in symbolic fields and material. However, in the eyes of common sense and part of the MST militants, only material struggle is highlighted. From the theoretical framework based on authors such as Fraser (2007) and Honneth (2003), have been problematized the demands of the MST for redistribution and recognition. To study the expansion of the cyberspace organization's communication policy, made possible through the ethnography of the actions of the movement developed on the Internet, was detected enlargement of the interdependent relationship between the symbolic fields and material struggle developed by the group. To reach this conclusion, it was necessary to perform the mapping of uses and appropriations of the new on-line tools made by the movement, a new public space intricate by the power relations that constitute the logic of action of the actors who are every second the " virtual universe ", whose separation from the real world was gradually broken. The obtained results allow us to propose a new perspective in understanding the MST, where fighting in the symbolic field, recognition, can not be seen as secondary. It should be understood as central to the group, as it was always understood utilitarian struggle for land. Both are equivalent and mutually dependent, as comprise different dimensions of the same reality.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISUFCGLIMA, Elizabeth Christina de Andrade.LIMA, E. C. 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