A construção do território no Perímetro Irrigado de São Gonçalo (PISG), Sousa, Paraíba.

• Autor(a) principal: FRANÇA, Wanessa Silva de.
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/23811
• topic: Perímetro Irrigado de São Gonçalo PISG; Semiárido; Território; Seca; Nordeste; Agricultura; Terra; Água; Irrigação; Paraíba; Irrigated Perimeter of São Gonçalo PISG; Semiarid; Territory; Dry; North East; Agriculture; Earth; Water; Irrigation; Geografia.

Com a elaboração de projetos públicos desenvolvidos pelo Governo Federal, o Nordeste pode obter formas de mitigar os problemas ocasionados pela seca no Semiárido brasileiro. Um desses projetos foi à construção de perímetros irrigados, na qual, não se limitou apenas na objetivação de minimizar tais ocorrências, mas também em promover a maximização da produtividade; o afastamento da possibilidade de discutir a política da reforma agrária; além de desenvolver uma estrutura de produção agrário/agrícola diferenciada, caracterizada pela modernização da agricultura. Sob a inspeção do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) construiu-se o Perímetro Irrigado de São Gonçalo (PISG), localizado nos municípios de SousaPB e Marizópolis PB, cuja infraestrutura acresceuse da construção do açude de São Gonçalo, projeto este inserido na lógica da agricultura capitalista, voltado para a execução da agricultura irrigada, promoção do agronegócio. O PISG favoreceu a região novas possibilidades de conviver com o Semiárido congregando dois bens indispensáveis ao desenvolvimento do modo de vida camponês: a terra e a água. A implantação do PISG implicou na reconfiguração do território com mudança na dinâmica econômica em distintas escalas, gerando trabalho, renda e produção alimentar. Ao longo da história de implantação do PISG ocorreu o afastamento do Estado pela perspectiva de incentivo a autonomia dos colonos irrigantes e indução a instalação do Estado Mínimo com a consequente gestão parcial deste. Assim, a partir das mudanças que se apresentam no território, elegemos como objetivo geral identificar como se constrói o território no PISG, quanto às continuidades, descontinuidades, possibilidades e limites existentes, como ocorre a organização da produção e reprodução social a partir de elementos identificados no início de seu funcionamento em 1973 e que são essenciais para os dias atuais no desenvolvimento da produção. A metodologia aplicada engloba a pesquisa bibliográfica; realização de entrevista estruturada e focalizada; a utilização do método qualiquantitativo; realização da observação sistemática e de campo ocorrendo no período de março a abril de 2021. A partir do trabalho colocado, podese entender como se constrói parte do território do PISG, na qual houve significativas transformações entre o início de sua implantação em comparação ao momento atual. Os resultados obtidos demonstram a participação do Estado na organização de projetos pautados nos interesses da agricultura capitalista, o incentivo a iniciativa privada, a fragilidade dos que residem no PISG, frente às condições de administração do perímetro pela ausência do Estado na organização da infraestrutura destinado ao funcionamento adequado do perímetro.