Cartas etnográficas de um guardião do Oco do mundo: o peregrino como uma linha de viagem.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Luan Gomes dos Santos de.
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33949
Resumo: As pegadas dos dinossauros, enquanto cartas de histórias da natureza (INGOLD, 2015) e as histórias narradas por Robson Marques, o Velho do Rio, guardião do Vale dos dinossauros, em Sousa/PB, constituem a base de referência dessa pesquisa, desdobrada desde a graduação em Ciências Sociais/Antropologia (UFRN) até o doutorado em Educação (UFRN) defendida em fevereiro de 2019. A vida e as ideias de Robson Marques compõem-se na multiplicidade de um intelectual da tradição que se assume como um guardião de histórias, desde 1975. Ele narra a história das pegadas dos dinossauros sob um viés de uma narrativa mítica herdada de seu avô Anísio Fausto da Silva – um tropeiro, um viajante, auxiliada pelo saber científico da Paleontologia e do diálogo com o Paleontólogo Giuseppe Leonardi. Seu trabalho é uma combinação de pesquisador, especialista em linguagem simbólica, narrador de histórias, interlocutor do absoluto e viajante do tempo. O modo de pensar e de viver do Velho do Rio expressou uma compreensão tecida em quatro linhas vitais entrelaçadas: O vale dos dinossauros; o sítio Jangada; a cidade de Sousa/PB e o Rio do Peixe. O método epistolar foi o artíficio para a construção de uma etnografia antropoética, em que foram escritas sete cartas, orientadas por horizontes temáticos: a politização do pensamento e a emergência de um intelectual da tradição; a relação entre espiritualidade, artes e ciência; e a interface educação e antropolítica como antídotos contra o utilitarismo das ciências. Os caminhos tecidos na tese compuseram o que denomino de Oco do mundo, como uma expressão que compreendo como movimento de perambulação (INGOLD, 2015) eco do Pensamento do Sul (MORIN, 2010) enquanto reserva antropológica (ALMEIDA, 2017), um lugar de gestação da Terra-Pátria, que se coloca como um convite a peregrinar (INGOLD, 2015) nos entornos do mundo narrado e vivido. Os principais autores com quem estabeleci interlocução foram: Maria da Conceição de Almeida, Edgar Morin, Clarissa Pinkola Estés, Francisco Lucas da Silva, Teresa Vergani, Norval Baitello Jr., Daniel Munduruku, Walter Benjamin, Nucio Ordine, Karl Marx, Claude LéviStrauss e Michel Serres. A lição de Robson Marques é a de que a Educação para a vida deve levar em consideração o ensino da condição humana, apostando no imperativo ético: “ESPERAR NÃO CANSA, CANSA É NÃO ESPERAR NUNCA”.
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