Anestesia de cutias (Dasyprocta prymnolapha) com Cetamina S e Midazolam.

• Autor(a) principal: LEANDRO, Chiarelli Alves.
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/24161
• topic: Medicina Veterinária; Anestesiologia Veterinária; Cutias - anestesia; Cetamina S - anestesia em cutias; Midazolam - anestesia em cutias; Dasyprocta prymnolapha - anestesia; Veterinary Anesthesiology; Agoutis - anesthesia; Ketamine S - anesthesia in agoutis; Midazolam - anesthesia in agoutis; Dasyprocta prymnolapha - anesthesia

Objetivou-se verificar a aplicabilidade da associação de Cetamina S e Midazolam para contenção farmacológica de cutias (Dasyprocta prymnlopha) e os efeitos deste procedimento sobre os parâmetros fisiológicos e sobre o eletrocardiograma destes animais. Este estudo foi realizado em condições semelhantes ao que pode ser encontrado em cativeiros de animais selvagens ou em zoológicos. O mesmo também utilizou de monitoramento prévio, o que permitiu comparar os valores basais deste com outros estudos para a mesma espécie, e com o monitoramento contínuo dos animais, afim de promover uma maior segurança no procedimento, bem como a observação das variações de maneira imediata e com precisão. Para o estudo foram utilizadas nove cutias fêmeas, adultas, hígidas, com peso variando entre 1,5 kg e 2 kg, provenientes do Núcleo de Produção e Pesquisa de Animais Silvestres (NEPAS) da Universidade Federal do Piauí, Campus de Teresina-PI. Os animais foram mantidos em um ambiente adaptado com 24 m2 de área coberta, luminosidade e ventilação natural, piso misto em cimento (16 m2) e areia (8 m2) e com enriquecimento ambiental de tocas de alvenaria, plantas. A alimentação disponível aos animais tinha como base ração extrusada e água disponível ad libitum. Todos os parâmetros fisiológicos e eletrocardiográficos, foram avaliados e registrados antes da aplicação dos fármacos, sendo este considerado como o momento basal (M0). Primeiramente, foram avaliadas a frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura corporal (TC), saturação de oxiemoglobina (SpO2), pressão arterial sistólica (PAS) e os traçados eletrocardiográficos. Logo após, administrava-se a associação de Cetamina S e Midazolam, na mesma seringa, por via intramuscular, nas doses de 15 mg/kg e 0,5 mg/kg respectivamente. Avaliações sucessivas ocorreram a cada 10 minutos, durante um período de 40 minutos (M10, M20, M30, M40). Com relação à anestesia, foram observados o período de latência, que foi compreendido como o intervalo de tempo entre o final da administração dos fármacos e a perda dos reflexos; período hábil anestésico, que foi o período compreendido entre o final do período de latência até o levantamento espontâneo da cabeça; e o período de recuperação anestésica, que foi considerado como o período entre o final do período hábil anestésico e o início da deambulação espontânea. Os resultados demonstraram que a associação causou alterações pouco significativas dos parâmetros fisiológicos, com exceção da FR que desenvolveu uma redução considerável, com consequente redução da SpO2, compensada no decorrer do estudo. Com relação aos parâmetros da eletrocardiografia, houve alteração significativa na duração do intervalo P-R quando comparado o M0 e M40. Não foi encontrado nenhuma alteração significativa na morfologia dos traçados eletrocardiográficos obtidos durante o experimento. A avaliação da anestesia indicou que os animais tiveram um período de latência médio de dois minutos, período hábil anestésico médio de 81 minutos, e período de recuperação total médio de 111 minutos. Concluiu-se que a associação de Cetamina S (15mg/kg) e Midazolam (0,5mg/kg) promoveu uma anestesia de duração considerável e que alterou minimamente os parâmetros fisiológicos avaliados, podendo ser indicada para contenção farmacológica na realização de procedimentos não invasivos e de curta duração.