Retorno sustentável de medicamentos.
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33682 |
Resumo: | Os medicamentos são produtos que fazem parte da vida cotidiana, e com o desenvolvimento da indústria farmacêutica, o consumo da população tem crescido. O Brasil está entre os dez no ranking mundial do mercado farmacêutico, e estima-se que um percentual considerável destes é descartado a cada ano. Este dado é bastante preocupante, porque a forma de descarte mais utilizada pela população é a rede de esgotamento sanitário ou o lixo comum, produzindo passivos ambientais capazes de colocar em risco o meio ambiente e a saúde pública. O elevado índice de medicamentos descartados pode estar relacionado a uma série de fatores, como a interrupção ou abandono do tratamento pelo paciente, distribuição de amostras grátis indiscriminada, impossibilidade de o consumidor comprar medicamentos na quantidade exata para o tratamento prescrito, entre outros (FALQUETO et al., 2013; SILVA et al., 2015). Embora a responsabilidade direta pelos resíduos de medicamentos seja dos estabelecimentos geradores, ela se estende a outros atores incluindo o poder público. Particularmente, as instituições de ensino têm importante papel relacionado à educação ambiental, pois é uma fonte de pesquisa e informação, permitindo também que o Poder Público melhore sua capacidade de fiscalizar e regulamentar as atividades relacionadas. Tem ainda, a grande função de serem multiplicadoras do conhecimento e alicerces para a conscientização da população (FALQUETO, 2009). O impacto ambiental que estes resíduos podem causar depende principalmente da atividade biológica e/ou reatividade química apresentada pelo(s) seu(s) componente(s) químico(s). Aqueles que apresentam periculosidade são classificados como resíduos químicos perigosos, e a recomendação para eles é que sejam incinerados ou dispostos em aterros para produtos perigosos classe I. A disposição inadequada dos medicamentos constitui uma fonte de contaminação ambiental não desprezível, tendo como consequência à poluição do solo e das águas. O resíduo farmacêutico também dependendo de sua composição pode ser de difícil decomposição, e lixiviar no chão alcançando as estações de tratamento de águas residuais (ETARs) e de esgotos (ETEs), contaminando o solo e os corpos hídricos. A ocorrência de fármacos residuais e seus metabólitos no esgoto doméstico e águas naturais tem sido demonstrada em estudos feitos em diversos países, e pouco se conhece sobre as rotas dos fármacos no meio ambiente, e estes micropoluentes tem elevada tendência à bioacumulação consistindo-se numa ameaça à saúde humana e do ecossistema (BILA et al., 2003; ABDI, 2013). O estabelecimento de um programa adequado de descarte de medicamentos integra a agenda regulatória da ANVISA desde 2008, tornando-se um tema estratégico a partir de 2010, com a promulgação da Lei nº 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mas ainda falta um acordo setorial para a logística reversa da cadeia de medicamentos (ABDI, 2013). Enquanto não ocorre, algumas iniciativas da sociedade tentam soluções para o problema, sendo que uma das ferramentas mais eficazes são campanhas de coleta de medicamentos e de conscientização da população quanto ao uso racional e o descarte correto dos medicamentos. Estas têm sido bem-sucedidas ao contribuir para a disposição final ambientalmente adequada, minimizando o risco ao meio ambiente e à saúde pública. Existe, portanto, a necessidade premente de disponibilizar meios de informação e alternativas para a coleta e o descarte correto dos medicamentos domiciliares para a população. As Instituições de Ensino têm um importante papel neste cenário como fonte de pesquisa e informação, contribuindo para a conscientização da comunidade e dando subsídios para o Estado no desenvolvimento de políticas públicas. Além disto, a universidade pela responsabilidade social precisa |
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Retorno sustentável de medicamentos.Sustainable return of medicines.Medicamentos - retorno sustentávelDescarte de medicamentosLogística reversa- medicamentosResíduos de medicamentosMedicamentos - retorno sustentávelFaculdade de Farmácia - UFMGCampanha de Retorno Sustentável de Medicamentos - UFMGMedicines - sustainable returnMedication disposalReverse logistics - medicinesMedicine residuesMedicines - sustainable returnFaculty of Pharmacy - UFMGSustainable Medicine Return Campaign - UFMGEcologia.Os medicamentos são produtos que fazem parte da vida cotidiana, e com o desenvolvimento da indústria farmacêutica, o consumo da população tem crescido. O Brasil está entre os dez no ranking mundial do mercado farmacêutico, e estima-se que um percentual considerável destes é descartado a cada ano. Este dado é bastante preocupante, porque a forma de descarte mais utilizada pela população é a rede de esgotamento sanitário ou o lixo comum, produzindo passivos ambientais capazes de colocar em risco o meio ambiente e a saúde pública. O elevado índice de medicamentos descartados pode estar relacionado a uma série de fatores, como a interrupção ou abandono do tratamento pelo paciente, distribuição de amostras grátis indiscriminada, impossibilidade de o consumidor comprar medicamentos na quantidade exata para o tratamento prescrito, entre outros (FALQUETO et al., 2013; SILVA et al., 2015). Embora a responsabilidade direta pelos resíduos de medicamentos seja dos estabelecimentos geradores, ela se estende a outros atores incluindo o poder público. Particularmente, as instituições de ensino têm importante papel relacionado à educação ambiental, pois é uma fonte de pesquisa e informação, permitindo também que o Poder Público melhore sua capacidade de fiscalizar e regulamentar as atividades relacionadas. Tem ainda, a grande função de serem multiplicadoras do conhecimento e alicerces para a conscientização da população (FALQUETO, 2009). O impacto ambiental que estes resíduos podem causar depende principalmente da atividade biológica e/ou reatividade química apresentada pelo(s) seu(s) componente(s) químico(s). Aqueles que apresentam periculosidade são classificados como resíduos químicos perigosos, e a recomendação para eles é que sejam incinerados ou dispostos em aterros para produtos perigosos classe I. A disposição inadequada dos medicamentos constitui uma fonte de contaminação ambiental não desprezível, tendo como consequência à poluição do solo e das águas. O resíduo farmacêutico também dependendo de sua composição pode ser de difícil decomposição, e lixiviar no chão alcançando as estações de tratamento de águas residuais (ETARs) e de esgotos (ETEs), contaminando o solo e os corpos hídricos. A ocorrência de fármacos residuais e seus metabólitos no esgoto doméstico e águas naturais tem sido demonstrada em estudos feitos em diversos países, e pouco se conhece sobre as rotas dos fármacos no meio ambiente, e estes micropoluentes tem elevada tendência à bioacumulação consistindo-se numa ameaça à saúde humana e do ecossistema (BILA et al., 2003; ABDI, 2013). O estabelecimento de um programa adequado de descarte de medicamentos integra a agenda regulatória da ANVISA desde 2008, tornando-se um tema estratégico a partir de 2010, com a promulgação da Lei nº 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mas ainda falta um acordo setorial para a logística reversa da cadeia de medicamentos (ABDI, 2013). Enquanto não ocorre, algumas iniciativas da sociedade tentam soluções para o problema, sendo que uma das ferramentas mais eficazes são campanhas de coleta de medicamentos e de conscientização da população quanto ao uso racional e o descarte correto dos medicamentos. Estas têm sido bem-sucedidas ao contribuir para a disposição final ambientalmente adequada, minimizando o risco ao meio ambiente e à saúde pública. Existe, portanto, a necessidade premente de disponibilizar meios de informação e alternativas para a coleta e o descarte correto dos medicamentos domiciliares para a população. As Instituições de Ensino têm um importante papel neste cenário como fonte de pesquisa e informação, contribuindo para a conscientização da comunidade e dando subsídios para o Estado no desenvolvimento de políticas públicas. 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