Autoritarismo à brasileira a partir das memórias do “Menino de Engenho”.
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35311 |
Resumo: | A partir dos textos literários o historiador pode mergulhar nos costumes de um povo, na vida social e política de uma época, nos conflitos entre gerações distintas, nos sonhos e esperanças de uma Classe Social. No entanto, não devemos ver tais textos como cópias de uma realidade, mas como representações verossímeis ou não de um dado contexto histórico. Em nosso caso ao questionarmos o romance Menino de Engenho, do escritor Paraibano José Lins do Rego, partimos da noção do historiador Carlo Ginzburg (2007): que rastros, que imagens, que vestígios da história brasileira podem ser vislumbrados a partir da obra em questão? Desenvolvimento: Menino de Engenho foi publicado em 1932, mas o contexto das memórias de Carlos de Melo, o Carlinhos – personagem central da obra - é uma referência ao inicio do século XX, ou seja, o Brasil Republicano pós Escravidão. Ao ler e reler o romance percebe-se que todo o enredo é marcado por autoritarismos que atravessam – direta ou indiretamente - a vida de Carlinhos. Esse autoritarismo se expressa através do Mandonismo (ações do seu avô José Paulino), do Racismo velado e da desigualdade social (os empregados do Engenho em posições subalternas) e do Machismo (as mulheres como objeto sexual do doutor Juca, filho do Coronel José Paulino e herdeiro do Engenho Santa Rosa). Sendo assim, apesar da decadência dos Engenhos, no contexto do nordeste brasileiro, os usos e abusos de violência, em suas diversas formas, ainda estavam presentes. Conclusão: Como bem lembra Aranha (2013) o Historiador é um tradutor e um mediador cultural de dois tempos distintos: o passado e o presente. Sendo assim, o objeto histórico (o passado) é construído a partir das inquietações que o historiador tem no tempo presente. Aí mora a dificuldade de escrever história: a distância que o passado tem de nós e a busca por fontes para reconstruir de forma verossímil esse processo. Portanto, ao entendermos a literatura enquanto fonte histórica, traçamos algumas raízes do autoritarismo à Brasileira , com o objetivo de desconstruir a falácia de que somos um país pacífico; ao prestarmos constas com o passado, abrirmos portas para a construção de um presente mais solidário, justo e igual; ou seja, um Brasil verdadeiramente pacífico. |
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Em nosso caso ao questionarmos o romance Menino de Engenho, do escritor Paraibano José Lins do Rego, partimos da noção do historiador Carlo Ginzburg (2007): que rastros, que imagens, que vestígios da história brasileira podem ser vislumbrados a partir da obra em questão? Desenvolvimento: Menino de Engenho foi publicado em 1932, mas o contexto das memórias de Carlos de Melo, o Carlinhos – personagem central da obra - é uma referência ao inicio do século XX, ou seja, o Brasil Republicano pós Escravidão. Ao ler e reler o romance percebe-se que todo o enredo é marcado por autoritarismos que atravessam – direta ou indiretamente - a vida de Carlinhos. Esse autoritarismo se expressa através do Mandonismo (ações do seu avô José Paulino), do Racismo velado e da desigualdade social (os empregados do Engenho em posições subalternas) e do Machismo (as mulheres como objeto sexual do doutor Juca, filho do Coronel José Paulino e herdeiro do Engenho Santa Rosa). Sendo assim, apesar da decadência dos Engenhos, no contexto do nordeste brasileiro, os usos e abusos de violência, em suas diversas formas, ainda estavam presentes. Conclusão: Como bem lembra Aranha (2013) o Historiador é um tradutor e um mediador cultural de dois tempos distintos: o passado e o presente. Sendo assim, o objeto histórico (o passado) é construído a partir das inquietações que o historiador tem no tempo presente. Aí mora a dificuldade de escrever história: a distância que o passado tem de nós e a busca por fontes para reconstruir de forma verossímil esse processo. Portanto, ao entendermos a literatura enquanto fonte histórica, traçamos algumas raízes do autoritarismo à Brasileira , com o objetivo de desconstruir a falácia de que somos um país pacífico; ao prestarmos constas com o passado, abrirmos portas para a construção de um presente mais solidário, justo e igual; ou seja, um Brasil verdadeiramente pacífico.Universidade Federal de Campina GrandeUFCGBrasilHistória.História e LiteraturaJosé Lins do Rego - Menino de EngenhoRomance Brasileiro - Menino de EngenhoLiteratura regionalEscritores nordestinosPrimeira repúblicaAutoritarismoLiteratura paraibana - romanceMandonismoMachismo e literaturaHistory and LiteratureJosé Lins do Rego - Boy from EngenhoBrazilian Romance - Menino de EngenhoRegional literatureNortheastern writersFirst republicAuthoritarianismParaíba literature - romanceMandonismMachismo and literature3Autoritarismo à brasileira a partir das memórias do “Menino de Engenho”.Brazilian-style authoritarianism based on the memories of “Menino de Engenho”.20192024-04-02T18:07:34Z2024-04-022024-04-02T18:07:34Zhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35311ALVES, Gutierre Farias. Autoritarismo à brasileira a partir das memórias do “Menino de Engenho”. In: III Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica - Cultura, Poder, Sociedade e Identidade. GT 18 - História e Literatura: Diálogo Interdisciplinar Enquanto Fontes e Abordagens Temáticas. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 3º, 2019. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2019. p. 975-985. ISSN: 2176 4514. 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